Mulher que teve olhos perfurados pelo ex passa pela segunda cirurgia

Para médico, paciente se recupera bem, mas deve ser operada novamente.

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A operadora de caixa Mara Rúbia Guimarães, de 27 anos, que foi torturada e teve os olhos perfurados pelo ex-marido, passou pela segunda cirurgia na quinta-feira (5), em Goiânia. O médico responsável pelo tratamento dela, Antônio Sagawa, disse que a paciente se recupera bem. "O prognóstico era bem sombrio. A evolução é muito satisfatória nessas primeiras horas?, afirmou. No entanto, a mulher deve ser submetida a novo procedimento cirúrgico. O suspeito de agredi-la continua foragido.

O médico informou que as lesões provocaram uma catarata no olho direito de Mara Rúbia, onde também será necessário reconstruir a parte detrás do globo ocular. Já no olho esquerdo, o ferimento foi na pupila, que também deve passar por correções.

De acordo com o médico, a visão da operadora de caixa não será como antes, mas é provável que ela enxergue mais do que os 25% previstos inicialmente. Para Antônio Sagawa, a recuperação dela é quase um milagre. "Pela lesão e pelo aspecto da lesão, [a recuperação] é basicamente a presença de Deus na vida dela", comentou o médico.

A mãe da mulher, Raquel Mori, teve de se mudar de Corumbá de Goiás para Goiânia para poder cuidar da filha. Após uma consulta, na última segunda-feira (2), os médicos informaram à mãe que Mara Rúbia "poderia não enxergar mais".

Mara Rúbia foi ferida na última quinta-feira (29), em Goiânia, quando chegava em casa do trabalho para almoçar. Segundo a família, o ex-marido, com quem havia sido casada por seis anos, já a esperava escondido na residência. Depois de amarrar e torturar a ex-mulher, o suspeito perfurou os dois olhos dela com uma faca de mesa.

Olhos fechados

A operadora de caixa tem feito exames e consultas regularmente para dar continuidade ao tratamento. Ainda triste, ela diz que é complicado viver sem poder abrir os olhos e enxergar. "Ficar 24 horas com o olho fechado, no escuro, sendo que eu só fechava para dormir não é fácil", lamenta.

Sem a visão, ela conta que tem vontade de voltar a ler e está com saudade do filho, que está morando na casa dos avós paternos. A mulher não consegue entender porque foi vítima de uma maldade tão grande e confessa que, apesar de orar muito, sente raiva do ex-marido.

?Oro pedindo para não sentir ódio. Peço a Deus que não me deixe sentir ódio e para limpar meu coração. Peço para não me deixar pensar nada negativo e converso bastante com Deus. Mas tem horas que não tem jeito. Tem horas que vem aquele ódio bem grande. Que ele vá preso e fique trancado, isso que eu tenho vontade", estima.

Investigação

Mara Rúbia afirmou que procurou a polícia por quatro vezes para denunciar o agressor, que continua foragido. No entanto, a adjunta da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Aline Leal, diz que a mulher procurou ajuda uma vez, no dia 11 de março deste ano. Na ocasião, a investigação não foi adiante porque a operadora de caixa, com medo, não teria pedido proteção.

?Feito o registro da ocorrência, a vítima manifesta pela instauração do inquérito e, no decorrer, ela pode solicitar as medidas protetivas. Aí enviamos o material ao Judiciário para avaliação. Mas isso não ocorreu?, explicou a delegada.



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