Não é Não! Tatuagem temporária contra assédio estará no carnaval do PI

Estado é o 15º a entrar na rota do coletivo nacional que distribui tatuagens temporárias para mulheres nos blocos de rua

| Paula Molina e Henrique Fernandes
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Parece simples mas, infelizmente, as mulheres ainda tem que repetir: Não é não! Motivadas por um episódio de assédio sofrido no carnaval, três amigas cariocas viram a necessidade de fazer uma ação protetora que desse visibilidade ao assunto. O ano era 2017 e 40 mulheres, reunidas num grupo de Whatsapp, conseguiram arrecadar quase 3 mil reais em 48h - o dinheiro virou 4 mil tatuagens temporárias, distribuídas corpo a corpo nos blocos de rua do Rio de Janeiro naquele ano.

“Não é Não” é mais que uma frase ou um grito de guerra. É a criação de um escudo que empodera a mulher - devolve a ela o direito e o poder de fazer com o próprio corpo o que bem entender. “Pensamos numa tatuagem temporária para utilizar o próprio corpo como forma de resistência e militância, sem deixar de entrar no clima lúdico e divertido do carnaval”, diz Luana Sena, jornalista e embaixadora do projeto no Piauí.

Em três anos o projeto, que existe através de campanha de financiamento coletivos no site da Benfeitoria, expandiu-se para 10 estados, contemplando todas as regiões do país - mas o Nordeste só contava com representantes do Pernambuco e Bahia. Em 2020, o Piauí entra para somar ao time de mulheres em todo o Brasil que lutam por respeito a liberdade.

A campanha de financiamento coletivo online no Piauí entra no ar no dia 25 de novembro com recompensas exclusivas para as benfeitoras - ou seja, pessoas que contribuírem com valores em dinheiro que serão destinados a confecção das tatuagens temporárias para o carnaval. “Fizemos a curadoria de produtos locais que unissem a identidade do nosso estado, a mensagem do coletivo e a festividade do carnaval”, comenta Camila Fortes, colaboradora ativa do projeto. Quem contribuir com a campanha receberá tatuagens e produtos especiais que vão de brincos e pochetes a consultoria de marketing digital.

Além de distribuir tatuagens-manifesto, as embaixadoras Piauí pretendem realizar eventos como roda de conversa e palestras sobre assuntos que atravessam o tema assédio, como violência contra a mulher e diferenças entre assédio e paquera. “Uma das características do Não é Não é esse lado didático que promove encontros e amplia a discussão em escolas, faculdades ou empresas que se interessem e abram espaço para a nossa causa”, diz Luana Sena.

Lançamento campanha #NãoéNão

No dia 27 de novembro as embaixadoras do Não é Não Piauí estarão promovendo a campanha de financiamento coletivo na Casa Barro, Rua Lisandro Nogueira, 188, a partir das 18h. Será uma oportunidade para conhecer mais de perto a iniciativa e ampliar a rede de mulheres envolvidas no combate ao assédio.

Dados assédio no Piauí

O Piauí registrou 6.830 atendimentos às mulheres vítimas de violência sexual nos últimos 15 anos, entre os anos de 2004 e 2018. Os dados são do Serviço de Atenção às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Samvis). Só em 2018, 810 vítimas foram atendidas, sendo a maioria em Teresina, que registrou 481 casos.

Até julho deste ano, o estado registou 118 casos de importunação sexual - o crime, definido pela Lei n. 13.718/18, passou a garantir proteção à vítimas de atos libidinosos de forma não consensual, comuns em transporte ou vias públicas, e prevê pena de um a cinco anos para o infrator. 

LINK DA CAMPANHA: https://benfeitoria.com/naoenao

INSTAGRAM: instagram.com/naoenao_/ 



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