No Dia da Mulher, Jornal MN traz reflexão sobre valorização feminina

Em 2022, não só a luta continua como a data permanece sendo muito importante, pois corresponde também a um dia de homenagens a todas as mulheres considerando suas diversas culturas, raças, etnias e personalidades

mulheres | reprodução
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Nesta terça-feira, 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Mais do que um dia para festejar, é uma data para refletir. A reportagem do Jornal Meio Norte traz o depoimento de 13 mulheres piauienses para saber, na opinião delas, o que representa esse dia, além dos avanços e o que falta progredir na valorização da mulher.  

Há anos, as mulheres têm lutado para garantir seus direitos, alguns deles básicos, e cada vez mais elas têm conseguido conquistar seu espaço e ter voz diante da sociedade. Os movimentos de empoderamento feminino têm ganhado cada vez mais força e relevância e isso é fundamental para que pautas relacionadas à igualdade de gênero continuem sendo discutidas e ganhem mais visibilidade.

Jornal Meio Norte reuniu depoimento de mulheres piauienses - Foto: Arte/JMN

Até pouco tempo, as mulheres não tinham direito ao voto, à educação e nem podiam trabalhar fora de casa, caso fossem casadas e não tivessem autorização do marido. E tudo isso só mudou graças à luta de milhares de mulheres. Porém, ainda há muito para ser conquistado e isso é visível principalmente no que se refere ao mercado e oportunidades de trabalho.

Felizmente, a situação tem sido revertida e as mulheres estão cada vez mais presentes tanto nesses espaços quanto em posições de liderança, e algumas empresas estão inclusive incentivando a contratação desses profissionais. A seguir reunimos depoimentos de diferentes mulheres, de diferentes áreas, para que sirvam não apenas como uma homenagem, mas como uma inspiração para todas aquelas que estão passando por dificuldades na vida pessoal ou no mercado.

DEPOIMENTOS: 

Sônia Terra

Jornalista, professora e militante pela mulher negra.

“O 8 de março é uma data muito simbólica no sentido que a gente dá maior visibilidade a nossa luta, a realidade que as mulheres vivem, em especial as mulheres negras. A gente vive uma conjuntura muito complicada de perdas de direitos e de um crescente número de feminicídios, porque não tem como falar no dia da mulher e não dizer: parem de nos matar! Isso tem um peso muito forte, onde  a gente vê essa desigualdade e que ainda temos que lutar contra todo esse machismo estruturante na sociedade, então esse é o momento que a gente traz a tona essas desigualdades, em especial para com as mulheres negras e indígenas. Evidentemente, nós temos avanços em maior participação no mercado de trabalho, mas ainda assim nesse mercado, se percebemos nós ainda recebemos menos que os homens e as mulheres negras. Então hoje para nós é dia de ir para rua, é dia de dizer basta da violência contra as mulheres, parem de nos matar, nós precisamos ter acesso as politicas públicas, precisamos parar de ser mortas na falta de saúde pública, então são questões que ainda precisamos trazer no 8 de março. De toda forma, a gente conclama todas as mulheres e homens para fazer dessa data um dia que traga maior sensibilização e uma cultura de paz.

Sônia Terra - Militante pela mulher negra 

Anamelka Cadena 

Diretora da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Estado do Piauí (Agrespi)

“O dia da mulher é marcado por uma intensa reflexão que nos leva a ponderar sobre o papel da mulher nos espaços de luta, sobre a importância de nos inserirmos nos debates públicos e contagiar toda sociedade de que a busca por equidade é um reflexo de uma geração que entende ser esse o caminho mais eficiente para alcançar um mundo mais digno para toda coletividade”.

Anamelka Cadena - Delegada 

Patrícia Monte

Defensora pública da 12ª Defensoria Pública de Família e Diretora do Primeiro Atendimento Cível de Teresina

“A data do dia 8 de março sempre é impotente para valorizar a luta política e social das mulheres! O que já foi feito, o que está acontecendo e o desafio que ainda temos pela frente. Pois, embora tenhamos avançado em alguns espaços! A luta ainda é desigual, seja no ler ou no mercado de trabalho! No atendimento diário da Defensoria Pública, vemos mulheres que mesmo independentes financeiramente ainda ficam rendidas a uma vida de violência de direitos, por toda a conjuntura social! A Constituição estabelece a igualdade de direitos mas as bases sociais ainda precisam ser sacudidas para compreender a relevância do papel da mulher em qualquer cenário que se faça presente!”.

Patrícia Monte - defensora pública 

Fabíola Lemos

Professora, Socióloga. Militante da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB)

“É importante perceber o 8 de Março, enquanto uma data de referência para o debate em torno dos Direitos das Mulheres. Isso porque existe uma naturalização da desigualdade de gênero.  Daí a data aparece como uma estratégia para dar visibilidade à  essa desigualdade que nos violenta e mata todos os dias. Não se trata de comemorar, festejar ou mesmo uma possibilidade de presentear as mulheres. É essencialmente um dia de luta contra uma cultura que explora, escraviza e aniquila nossa existência”.

Fabíola Lemos - Militante pela mulher

Karla Berger

Secretária Municipal de Políticas Públicas Para Mulheres e Jornalista 

“Apesar de tantos avanços e mudanças, há muito ainda a ser feito. A nossa legislação prevê direitos e benefícios, mas na prática, ainda tem muita coisa sendo feita com base no machismo e na misoginia. A cada Dia Internacional da Mulher, é preciso voltar às ruas e lembrar que a luta não terminou e que cada uma têm um papel fundamental nisso”.

Karla Berger - Jornalista e Secretária da Mulher 

Amparo Paz

Promotora de Justiça e coordenadora de projetos e campanhas do Núcleo de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica, do Ministério Público do Piauí (NUPEVID/MPPI).

“O Dia Internacional da Mulher é um marco no respeito à dignidade da mulher. Um momento em que se discute a mobilização para a conquista dos direitos e para discussão das discriminações e violências sofridas pela mulher ao longo dos tempos, uma oportunidade, uma chamada e clamor social   ao reconhecimento da mulher nos esforços de paz e desenvolvimento humanitário em prol de uma justiça igualitária a todas e todos. Momento de solicitar o aumento de apoio à participação plena da mulher em todos os espaços sociais e políticos. Mais do que uma data comemorativa é um resgate e uma lembrança de que ainda há muito a se fazer”.

Amparo Paz - Promotora de Justiça 

Marcela Castro Barbosa

Professora, socióloga e pesquisadora nas áreas de violência de gênero e geração, feminicídio e violência contra mulher.

“O dia 08 de março representa um marco histórico de luta pelos os direitos das mulheres. A data é tão significativa que  tornou -se  Março/Mulher, um mês voltado para divulgação dos direitos e proteção das mulheres, aonde acontece  ações que visam  reivindicar  pela vida das mulheres, através do enfrentamento aos casos de violência doméstica e familiar, aos crimes de feminicídios e transfeminicídios , aos casos de violência sexual, ao respeitos aos nossos corpos, aos direitos reprodutivos e a nossa dignidade. Momento de refletirmos e  exigirmos que nossas conquistas sejam mantidas, maiores investimentos em políticas públicas , moradia, equidade de  gênero nos espaço público, político e no mercado de trabalho,  melhoria de vida para mulheres/mães poderem criarem seus filho/as  e maiores investimento na ciência e tecnologia.  Reivindicamos tudo isso, dentre outras realidades. Afinal, somos plurais e merecemos ser respeitadas todos os dias. Não bastam flores e festividades, o respeito deve ser diário”.

Marcela Castro - socióloga 

Eduarda Mourão

Advogada tributarista. Presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreiras Jurídicas no Piauí. Ex-Presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada.

“Um importante alerta que se estende por todo o mês de março, a fim de fortalecer a luta pelos direitos das mulheres, mas em especial, visando a real efetivação de muitos já conquistados, pois sabemos que na vida cotidiana, a letra da lei ainda perde força quando mulheres são submetidas às violências de todos os tipos, naturalizadas em muitos setores da sociedade, pagando, inclusive, com suas vidas.”

Eduarda Mourão - Advogada 

Viviane Moura

Superintendente de Parcerias e Concessões (SUPARC) no Governo do Piauí

“Um dia importante no calendário mundial. Um dia de reflexão sobre lutas e conquistas. Um dia para lembrar que ainda temos inúmeros desafios e que somente unidas podemos melhorar a condição de vida de cada uma de nós. Quero deixar meus parabéns para todas as mulheres do Estado do Piauí, mulheres fortes, guerreiras, que não deixam de lutar  e na pandemia souberam se sobressair, souberam sair mais fortes desse momento”.

Viviane Moura - Superintendente da Suparc

Emanuelle Dias

Enfermeira – Coordenadora da Campanha de Vacinação contra COVID-19 em Teresina

“Estou atuando como enfermeira na Fundação Municipal de Saúde desde 2013, na área da Atenção Primária à Saúde. Em 2021 fui convidada para coordenar a Campanha de vacinação contra COVID-19 em Teresina, meu maior desafio profissional até hoje, onde é uma honra para mim liderar uma equipe onde mais de 90 % dela é formada por mulheres, que lutam diariamente, de forma incansável para levar a vacina a todos os teresinenses. Deixo aqui meus parabéns a todas as mulheres em especial às auxiliares, técnicas de enfermagem e enfermeiras, profissionais que fazem a diferença no cuidado e são grande exemplo de entrega, carinho e dedicação”

Emanuelle Dias - Enfermeira 

Elzuila Calisto

Vereadora de Teresina

“O Dia Internacional da Mulher relembra a luta histórica das mulheres por igualdade de gênero e por seus direitos, o que inclui a nossa participação nos processos decisórios e na ocupação de espaços de poder. A representatividade feminina no cenário político é extremamente necessária para que possamos dar voz às demandas, portanto que a data sirva para discutir a importância deste tema e garantir que cada vez mais mulheres estejam presentes nos parlamentos”.

Elzuila Calisto - vereadora de Teresina

Lilian Guimarães

Empresária

"O maior segredo do amor-próprio é admirar a nossa história de vida. Todas nós carregamos cicatrizes e marcas em nossa jornada, e são justamente elas que nos trouxeram até aqui e nos fizeram ser quem somos. Aceitar quem você é significa honrar a sua história. Nosso poder não está nas nossas roupas, na nossa forma de nos vestir ou nos nossos bens materiais. Nós mostramos o nosso poder através da nossa postura de vida, de como encaramos as adversidades e as bênçãos nos são dadas. Devemos saber o que aceitamos e impor limites. Devemos saber dizer não. Nossa postura nos diz até onde podemos e queremos chegar. Postura sobre respeito, amor, confiança e tantas coisas mais. Esse é o verdadeiro poder feminino".

Lilian Guimarães 

Fernanda Gomes

Vereadora de Teresina

"No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher! Uma data importante para refletirmos sobre as lutas e conquistas já alcançadas por nós mulheres.  Embora as inúmeras conquistas, ainda sofremos com muita desigualdade, seja no mercado de trabalho, na política ou no convívio social, familiar e afetivo.  É momento de continuarmos lutando para construir uma sociedade sem desigualdade e preconceito de gênero.  Você, mulher, é sinônimo de coragem, luta e determinação".

Fernanda Gomes 



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