No Dia Mundial da Água, Estado do Piauí busca solução para conviver com a seca

No Dia Mundial da Água, a maioria dos municípios do Piauí não tem o que comemorar. O problema atinge mais de 1 milhão de pessoas no Estado, em 201 municípios

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Hoje, 22 de março, é considerado, mundialmente, o Dia da Água. Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que a sociedade, em geral, possa refletir e discutir maneiras para melhor preservar, consumir e tratar um dos principais bens naturais, a data serve de alerta, sendo que do total da água do planeta, apenas 0,008% é própria para consumo humano e este percentual está cada dia mais escasso.


Com vista a comemoração do dia da Água, o estado do Piauí não tem muito a comemorar, pois de acordo com o Ministério da Integração Nacional, até o momento, 201 dos 224 municípios piauienses decretaram situação de emergência.

Dentre eles estão: Esperantina, Alto Longá, Eliseu Martins, Barro Duro, Bonfim do Piauí, Floriano, Cajazeiras do Piauí e Barras. Todos têm sofrido com a insuficiência de chuvas, provocada pelos efeitos da longa estiagem na região.

Já os dados divulgados, recentemente, pela Defesa Civil do Estado registram mais de 1 milhão de pessoas, que estão sofrendo com a falta de água e têm tido poucas alternativas para melhor conviver com essa situação.

Diante deste cenário, o Governo Federal, Governo Estadual e órgãos responsáveis pela preservação e distribuição da água estão tomando medidas que amenizem os efeitos da estiagem e ainda do desperdício.

De acordo com Henrique Pires, presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), nos últimos cinco anos, o Brasil todo tem sofrido os efeitos das mudanças climáticas e destaca a importância de se decretar a situação de emergência.

“Nos últimos quatro a cinco anos, estamos com a falta de água, que é uma redução do índice pluviométrico em todo o Nordeste, mas não é um fator exclusivo dessa região, são alterações climáticas que estão ocorrendo em todo o Brasil.

O Piauí, mais uma vez, decretou estado de emergência, agora com 201 municípios. Isso porque os poços estão ficando com água no nível do lençol freático, gerando dificuldades em se fazer a captação, as águas de superfície, que são açudes e barragens, ao longo dos anos, muitos secaram totalmente e outros estão em um nível em que não pode sequer puxar água, através do sistema de bombeamento.

Quando se decreta isso, o Estado, o Município e a União usam das especialidades da lei que permitem que se faça a contratação mais rápida de obras de abastecimento de água”, esclarece Henrique Pires.

As medidas que o Ministério da Saúde, através da Funasa, tem realizado para combater a estiagem, são: implantação de cisternas, perfuração de poços e distribuição de água.

“A Funasa, com o Ministério da Saúde, através do Programa Água para Todos, implantado em 2011, está trabalhando com a implantação de cisternas, perfuração de poços, programas para equipar os poços, distribuição de água e conscientização da população quanto ao uso racional.

Agora, estamos focando mais na produção da água, o trato da água, a qualidade servida a população. E na área de saneamento, na área de obras, somos o maior corpo técnico do Brasil, se comparado aos demais municípios”, destaca Henrique Pires.

Semana da Água mobiliza órgãos

A Semana da Água é um momento para se discutir a crise hídrica em que o Brasil e o mundo vêm enfrentando. Visando medidas a médio e a longo prazo, vários órgãos estão se mobilizando em prol da preservação, abastecimento e, principalmente, uso racional da água.

De acordo com Alcides Nunes, engenheiro da Caixa Econômica Federal, o órgão tem investido, através do Governo Federal, em torno de R$ 878 milhões.

"Na Caixa, hoje, nós temos um investimento de R$ 878 milhões para o estado todo, recursos advindos do Governo Federal, que estão sendo aplicados em saneamento, ou seja, ações de abastecimento de água, ações de esgotamento sanitário, desenvolvimento de projetos, drenagem de águas fluviais e também saneamento integrado.

Recursos esses, objetos de emendas de deputados e repasses constitucionais. A Caixa Econômica, que é o órgão responsável por fazer todo o gerenciamento desses recursos atua desde a análise dos projetos, a liberação dos recursos, acompanhamentos das obras", garante Alcides Nunes.

Piauí tem pelo menos 350 poços jorrantes

Para Romildo Mafra, superintendente de Recursos Hídricos, é importante a catalogação e o registro dos poços jorrantes, que têm águas sendo desperdiçadas.

"Dado a demanda, é importante que se faça uma reflexão para que haja a conscientização da sociedade em geral, do uso racional da água. Desde o jardineiro ao grande industrial.

E nós como órgão governamental, estamos trabalhando com registro e controle da água dos poços jorrantes no estado para melhor consumir.

Temos 350 poços jorrantes de catalogadas na região do Gurgueia, essa água está indo para onde? Têm poços que jorram 60 metros. Apenas 40 têm registro de controle da evasão da água e queremos dar continuidade aos demais poços", revela Romildo Mafra.

Já para Joaquim Oliveira, diretor de meio ambiente da Semar, neste momento, é importante que ocorra a interação entre os órgãos governamentais, para que unir forças para melhor diagnosticar os feitos das variações climáticas.

"Nós estamos promovendo ciclos de debates, junto com outras instituições que trabalham com a questão hídrica em nosso estado para que possamos diagnosticar os problemas e interagir mais como instituições que têm lutado por essa causa.

Esse debate se faz importante porque o Brasil e o mundo sofrem com os eventos das mudanças climáticas. E a crise hídrica está causando várias situações.

No Norte, enchente; Nordeste, seca; e em São Paulo, na capital, enchente, e seca no interior. É necessária ainda a participação da sociedade", destaca Joaquim Oliveira.

 



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