Motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina podem entrar em uma nova greve por tempo indeterminado na próxima semana. O movimento seria mais uma tentativa da assinatura da convenção coletiva da categoria, que prevê alguns direitos dos trabalhadores, como auxílio-alimentação e plano de saúde, além da regularização do salário.
Em entrevista ao Meionorte.com nesta quinta-feira (03), Francisco Souza, representante da categoria e cobrador de ônibus há mais de 30 anos em Teresina, explicou que os trabalhadores estão com mais de 60 dias tentando negociar a assinatura da convenção, mas sem êxito até o momento.
“O Setut quer usar o trabalhador como bode expiatório para conseguir o que eles querem com a prefeitura, como aumento da tarifa, repasses e a gente não quer aceitar essa situação. Nossa convenção não tem nada a ver com isso. Eles ficam querendo nos usar e o trabalhador não pode ser usado como moeda de troca. Diante dessa situação, a gente está analisando (greve) e já éramos para estarmos entrando em manifestação. Mas nós trabalhadores precisamos sim tomar providências, ou uma greve para que a gente possa fechar nossa convecção. Estamos com mais 3 anos sem aumento salarial, somos obrigados a trabalhar por dias e horas trabalhadas, que é um dos descumprimentos, pois está em desacordo com o cocontrato de trabalho da categoria. Nos somos contratados como mensalistas. Há a possibilidade de greve sim”, explicou.
No entanto, a categoria aguarda ainda até a próxima semana, onde terá uma reunião com a Prefeitura de Teresina. Caso não haja avanço, os trabalhadores podem parar por tempo indeterminado até que seja acordado a convenção de trabalho.
“Há a possibilidade de greve, vamos esperar ate a próxima semana, que terá uma reunião com a prefeitura e se não tiver avanço, vamos buscar os trabalhadores para fazer uma greve por tempo indeterminado até que feche a convenção coletiva. Estamos mais de dois anos sem plano, sem tíquete”, reiterou Francisco Souza.
Além disso, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (SINTETRO), Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) e do Ministério do trabalho também se reuniram nesta quarta (02) para debater o tema.
Naiara Moraes, consultora jurídica do Setut, destacou que durante o encontro foram ponderadas questões sobre a redução da frota que está em circulação, diminuição da quantidade de passageiros e do atraso do repasse do subsídio que deve ser feito pela prefeitura.
“Dessa maneira o Setut explicou que diante dessa carência de recursos financeiros, a apresentação de uma contra-proposta aos trabalhadores ela está condicionada a essa resposta que o poder público precisa ter quanto pelo menos ao pagamento dos repasses senão das gratuidades concedidas ao sistema de transporte coletivo. Pelo que está enviado na data de hoje a cópia da ata dessa reunião e um pedido de providência junto à secretaria de transportes para evitar maiores desgaste desse relacionamento com os trabalhadores”, finaliza.
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