Novo Gol tem lista enxuta de itens e apela para o bom e barato para fazer sucesso

Racionalidade e bom custo/benefício no novo Gol

Novo Gol, o mais barato Volks | Divulgação
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Os automóveis no mercado brasileiro agregam itens a cada ano ou versão. Equipamentos como direção hidráulica, travas elétricas, conta-giros e ajuste de altura do banco, antes oferecidos como opcionais, hoje são originais de fábrica mesmo em compactos de entrada. Mas o Gol Ecomotion vai justamente contra esta lógica de ?quanto mais, melhor?. A versão da antiga geração do compacto da Volkswagen é aquele carro vulgarmente chamado de ?pelado?. Vem apenas com o básico indispensável. Justamente para atrair clientes totalmente focados no custo/benefício ? além de frotistas, é claro. Gente bastante interessada em pagar menos. Mesmo que, para isso, seja necessário levar menos para casa.

A extrema racionalidade do Gol já começa pela carroceria. Baseado na chamada geração 4 do hatch, a versão só é comercializada na configuração duas portas ? menos portas significa menor custo de produção. Na enxuta lista, o único ?luxo? do modelo, por assim dizer, é um ajuste manual de altura do banco do motorista ? item presente em toda a linha Volks no país, diga-se de passagem. Espelhos cortesia nos parassóis, comando interno manual dos retrovisores externos, calotas, banco traseiro rebatível, cobertura do porta-malas e tomada 12V são os únicos equipamentos que merecem algum ?destaque? no sentido de acrescentar algum conforto.

Essa avarenta lista de equipamentos ajuda a explicar porque o preço do carro começa em R$ 26.160 ? é o mais barato de toda a linha da marca alemã vendida por aqui. Para mover seu modelo mais despojado, a Volks também se vale de seu motor menos potente: o 1.0 de 68 cv com gasolina e 71 cv com etanol a 5.750 rpm e torque máximo de 9,4 kgfm e 9,7 kgfm a 4.250 giros. Mesmo assim, não fica mais barato que seus rivais diretos com duas portas. O Renault Clio Campus, por exemplo, oferece desembaçador traseiro, aviso de luzes acesas e motor 1,0 16V de 76/77 cv. O Chevrolet Celta Life tem propulsor 1,0 de 77/78 cv, conta-giros e aviso de luzes acesas a partir de R$ 25.865. O Ford Ka 1,0, é verdade, é menor, mas oferece travas elétricas, alarme e abertura interna da tampa do porta-malas por iniciais R$ 25.450. E o Mille Economy é disparado o mais barato: R$ 23.850, mas só oferece espelho no parassol do carona. Brigando por fora, há também o Effa M100, que chega da China com preço inicial de R$ 25.980. Traz motor 1.0 de 47 cv, quatro portas, ar condicionado, direção elétrica, rodas de liga leve e vidros elétricos nas quatro portas. Coisa de chinês.

Pelo menos, a lista de opcionais do Gol ecomotion é ?farta?. Desde um simples desembaçador do vidro traseiro por R$ 190 com lavador e limpador traseiros por mais R$ 340. Também há um kit com ar, direção hidráulica, vidros e travas elétricos por R$ 5.190. E até um inusitado sistema de som com rádio/CD/MP3, entradas USB e SD card e Bluetooth ? quase um ?oásis? de requinte em um veículo tão árido de luxos. Completo, com tudo isso, o Gol Ecomotion chega a R$ 34.050. O que o deixa longe da proposta ?sovina? que a Volkswagen planejou para o veículo, pensado para atrair consumidores que se deixam seduzir pelo velho mas chamativo apelo do preço ?a partir de?.

Sem pompa nenhuma

Entrar no Gol Ecomotion é como voltar no tempo. Afinal, o modelo mais barato da Volkswagen no país só é vendido com duas portas. Além disso, por dentro tudo é de uma simplicidade franciscana. Nenhum indício de luxo nos plásticos que revestem o painel e as portas do compacto e o quadro de instrumentos traz apenas o básico. A versão testada, aliás, seguia fielmente a proposta da versão: não dispunha nem de direção hidráulica, nem de ar-condicionado. O que indiretamente ajuda a minimizar as limitações de desempenho comuns nos modelos com motor 1,0. O eficiente e opcional rádio/CD/MP3 ? com entradas USB e SD card e Bluetooth ? ajuda a tornar a viagem mais agradável.

Com apenas 853 kg, o Gol Ecomotion oferece até arrancadas interessantes para um propulsor mil de 71 cv ? com etanol. O zero a 100 km/h é feito em comportados 12,9 segundos. O baixo peso também ajuda a compensar a ausência de direção hidráulica na hora de estacionar. Mesmo assim, o motorista mal acostumado sente um pouco o peso da direção ao manobrar. De volta ao desempenho, as retomadas são prejudicadas pelo motor só encher após 4 mil giros. Mas, com paciência, é possível levar o compacto a 165 km/h. No entanto, a comunicação entre rodas e volante já fica imprecisa a partir dos 110 km/h e qualquer vento lateral já obriga o motorista a ficar atento e corrigir o carro a todo instante.

Nas curvas, o Gol se comporta bem em velocidades normais. Se o motorista ?abusar?, o modelo tende a rolar. Ou seja, é um veículo para rodar civilizadamente dentro das cidades. Já a vida a bordo tem seus prós e contras. A crônica posição um pouco torta de dirigir incomoda, mas o modelo oferece uma ergonomia eficiente e uma visibilidade boa, principalmente nas laterais e na dianteira. Apesar de tradicionalmente ter uma suspensão mais rígida, o Gol filtra bem as imperfeições do asfalto. O espaço para pernas e cabeças é limitado como em qualquer compacto e o isolamento acústico falha já a partir dos 80 km/h. Mas no que diz respeito ao bolso na hora de abastecer, o Ecomotion também é fiel a sua proposta: o modelo testado fez a média de 9,7 km/l. Coerente para um carro leve, sem ar-condicionado, com motor 1.0 e cuja racionalidade é o maior apelo.



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