Atualizada às 10h48
Um poderoso terremoto que atingiu o Marrocos na noite de sexta-feira (8) já causou uma trágica perda de vidas, com 1.037 mortos e 1.200 feridos, de acordo com um novo balanço divulgado pelo Ministério do Interior para a TV estatal e divulgado pelo g1. No entanto, as autoridades alertam que esses números ainda não são definitivos e podem aumentar à medida que os esforços de resgate e busca continuam.
Segundo as informações, o terremoto durou aproximadamente 15 segundos e causou danos significativos, afetando desde pequenas aldeias nas montanhas do Atlas até a cidade histórica de Marrakech. O evento sísmico ocorreu por volta das 19h30 (horário de Brasília), com uma magnitude de 6,8 e uma profundidade de 18,5 km, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
O epicentro do terremoto estava localizado no alto das montanhas do Atlas, cerca de 70 km ao sul de Marrakech, onde se concentra o maior número de vítimas. Esta região é também próxima ao Toubkal, o pico mais alto do Norte da África, e à estação de esqui marroquina de Oukaimeden. As províncias mais afetadas incluem Al Haouz, Ouarzazate, Marrakech, Azilal, Chichaoua e Taroudant.
Em áreas de difícil acesso ao sul de Marrakech, relatos indicam dezenas de mortos, conforme relatado por um oficial do país. O impacto do terremoto foi sentido em países vizinhos, como Portugal, Espanha e Argélia, com relatos de pessoas correndo pelas ruas e colapso de edifícios.
A população permaneceu nas ruas de algumas cidades da região, temendo réplicas. Vídeos que circulam na internet mostram pessoas evacuando centros de compras, restaurantes e edifícios residenciais. Pouco depois, ocorreu um segundo tremor, de menor intensidade, cerca de 15 minutos após o primeiro, de acordo com agências internacionais de notícias. Imagens compartilhadas nas redes sociais também mostraram pessoas em pânico perto da Mesquita Koutoubia, do século XII, em Marrakech, um dos marcos mais icônicos da cidade, que também sofreu danos, de acordo com a mídia local.
O chefe da cidade de Talat N’Yaaqoub, Abderrahim Ait Daoud, informou que várias casas na região de Al Haouz desabaram parcial ou totalmente, além de cortes no fornecimento de eletricidade e estradas bloqueadas. As autoridades estão trabalhando para desbloquear estradas e permitir a passagem de ambulâncias.
Marrocos é propenso a terremotos em sua região norte devido à sua localização entre as placas africana e euroasiática. Em eventos passados, como o terremoto de 2004 em Alhucemas, pelo menos 628 pessoas perderam a vida e 926 ficaram feridas. Em 1980, o terremoto em El Asnam, na Argélia, de magnitude 7,3, foi um dos mais devastadores da região, resultando na morte de 2.500 pessoas e deixando 300.000 desabrigados.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, declarou que "as Nações Unidas estão prontas para auxiliar o governo marroquino" neste momento crítico.
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