EUA: Obama e Romney elevam tom e fazem o mais agressivo dos debates da campanha

O debate ocorreu na Lynn University, em Boca Ratón, no Estado da Flórida.

Obama e Romney duelam pela Presidência dos Estados Unidos. | Reprodução
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O último dos três debates televisivos durante a campanha pela Presidência dos Estados Unidos foi o mais agressivo entre o presidente Barack Obama (candidato à reeleição pelo Partido Democrata) e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney (candidato do Partido Republicano). Cada um com suas ?armas? para defender o papel dos EUA no mundo, eles travaram na noite desta segunda (22) um duelo sobre política externa e defesa, temas que acabaram servindo de pano de fundo para questões que envolvem a economia norte-americana.

A 15 dias da eleição, Obama e Romney se empenharam para mostrar quem pressiona mais o Irã e quem é mais alinhado com Israel. Ambos tentaram desqualificar o adversário sobre a capacidade de comandar o país em uma era ?perigosa?. O debate ocorreu na Lynn University, em Boca Ratón, no Estado da Flórida.

Obama começou no tom em que havia deixado o debate da semana passada, colocando-se em postura ofensiva desde o início e acusando seu adversário de articular uma política externa incoerente. Menos agressivo, Romney acusou o presidente de falhar na afirmação dos interesses e valores norte-americanos, referindo-se em particular à Líbia, onde o embaixador dos EUA foi morto em um ataque em setembro. As trocas de acusações entre os dois foram intensas. Obama chegou a declarar que Romney estava mentindo ao criticá-lo sobre a maneira que lida com o Irã em meio ao suposto caráter bélico de seu programa nuclear.

Romney abriu um atalho para atacar o desempenho econômico do governo Obama, afirmando que um país com a economia debilitada não pode desempenhar um papel de hegemonia e liderança no mundo, e defendeu a ampliação das relações comerciais com a América Latina, cuja "economia é quase tão grande como a da China".

Para conseguir reestabelecer a influência internacional dos EUA, abalada pelos dez anos de guerra no Afeganistão e a pior crise financeira desde a Grande Depressão, Romney afirmou ser necessário um reequilíbrio econômico. "Promover a paz, principalmente no Oriente Médio, está nas mãos dos EUA. Mas para isso precisamos ser fortes e para ser forte é preciso ter uma economia forte", disse ele, que foi interrompido pelo presidente: "A influência dos Estados Unidos é maior do que nunca foi. Nunca as alianças estiveram tão fortes."

Obama também reconheceu a necessidade de aprimoramento da economia norte-americana, mas comparou os planos do republicano às políticas do ex-presidente George W. Bush, que na opinião dele, foram "desastradas" e "equivocadas". "Foram elas que provocaram a recessão americana e eu não vou repeti-las", enfatizou. Já Romney declarou que não vai repetir o histórico dos últimos quatro anos.

Durante a discussão, Romney voltou a destacar seu plano econômico de cinco pontos, que novamente foi questionado pelo presidente. "Essa matemática não fecha", disse Obama, que também questionou o republicano sobre sua intenção de aumentar os investimentos militares. O adversário citou ainda sua experiência como empresário para enfatizar habilidade com o reequilíbrio de orçamentos e atacou o presidente: "nossa Marinha é a menor desde 1917."

Ainda assim Obama ironizou e disse que os tempos são outros e as estratégias também. "O governador Romney não passou tempo suficiente estudando como funcionam nossas Forças Armadas (...). Governador, também temos menos cavalos e baionetas hoje porque a natureza de nossas forças mudou. Agora temos coisas que se chamam porta-aviões e estes navios que navegam sob o mar, os submarinos nucleares", contra-atacou o presidente, na tentativa de desestabilizar o republicano.

O confronto, de pouco mais de 90 minutos, foi moderado por Bob Schieffer, do CBS News. Os candidatos e o jornalista ficaram o tempo todo sentados em uma mesa redonda.



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