Pacientes com câncer se emocionam ao voltar a falar; vídeos!

Após perda de cordas vocais, pacientes recebem aparelhos que auxilia na comunicação da fala

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Quando foi diagnosticado com câncer na garganta em dezembro do ano passado, José Fernandes, 51 anos, teve de fazer a retirada das cordas vocais, procedimento conhecido como laringectomia total. Após três meses com a comunicação prejudicada, ele foi contemplado com a entrega de aparelhos que podem ajudar na recuperação de sua voz. A laringe eletrônica foi distribuída nesta terça-feira (19), pela Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG) de Florianópolis – Santa Catarina  para 10 pacientes que passaram pelo mesmo procedimento em Teresina.

“Ele não sentia muito os sintomas, mesmo deixando de ser fumante. Meu esposo não fala e só entendemos os gestos e, às vezes, ele escreve [o que falou] o que não entendemos. Conseguimos a cirurgia e a consulta com muita luta e, agora, com o aparelho, tudo vai ficar melhor”, relata a esposa José Fernandes, Solange Costa sobre a nova perspectiva de vida que ele terá ao voltar a falar.

Emoção. Pacientes recebem aparelhos que reproduzem o som da voz. Credito: Raissa Morais 

A ACBG executa o Projeto Rede+Voz Brasil do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), em parceira com Associação Brasileira dos Portadores de Câncer. No Piauí, a Associação Piauiense de Combate ao Câncer – Hospital São Marcos (APCC/HSM) foi contemplada com dez aparelhos.

Laringes Eletrônicas são aparelhos geradores de vozes, avaliadas em torno de R$ 2.000,00 cada. São equipamentos caros, mas que proporcionam qualidade de vida para pessoas que perderam a voz. De acordo com o gestor do projeto da ACBG, Eduardo Costa Knoll, o objetivo da Ong é chamar atenção para os casos de câncer de cabeça e pescoço.  

“A partir da ideia de  ajudar no sofrimento desses pacientes nasceu a ACBG há mais de 24 anos. Temos um trabalho sério onde nosso objetivo é dar a voz a quem não tem através de várias frentes nos hospitais. O câncer de cabeça e pescoço no Brasil é renegado e não tem tanta divulgação nas áreas médicas e nas universidades. Então resolvemos mapear todos os lugares em todos os estados para fazer diretrizes e trabalhos pontuais na saúde com os pacientes”, explica.

O coordenador destaca, ainda,  que em todo o país 350 pessoas receberam o aparelho. Só recebem os pacientes atendidos pelo SUS e não há fila de espera. A equipe realizou um diagnóstico para saber quem poderia receber o aparelho na capital. “Com a prótese, com o aparelho, essa é uma forma de incluir os pacientes na sociedade, uma vez que eles acabam por se sentir muitos abatidos e excluídos psicologicamente e sociologicamente”, reconheceu.

Com o bastão  colocado entre o queixo e o pescoço,  o aparelho  faz com que a laringe eletrônica emita uma vibração no local onde antes existiam as cordas vocais, induzindo o som robótico a sair com ajuda dos movimentos da língua e dos lábios. “ Os instrumentos foram doados para pacientes que passaram por cirurgia para retirada de toda laringe[responsável pela voz] por conta de um determinado tumor, então agora somos agraciados com essa doação aos pacientes do SUS. O aparelho produz uma voz através de uma vibração, então o paciente consegue falar novamente e melhora a sua comunicação. Isso é maravilhoso”, hesitou a fonoaudiólogo do hospital, Rayana Márcia.

Dez pacientes que fazem tratamento no Piauí foram contemplados . Crédito: Raissa Morais 

O aposentado Evaristo Costa, 72 anos, ainda não consegue falar mesmo após a laringectomia total, há cinco meses. Com o trabalhava como motorista e borracheiro, acabava inalando muita fumaça por causa da queima de pneus. Além disso, ele era fumante, aspectos que contribuíram para o câncer. De acordo com a esposa de Evaristo, Antônia Marlucia, a sua fé e boa vontade fizeram com que, mesmo sem as cordas vocais, o seu Evaristo não perdesse a capacidade de falar. Com a laringe eletrônica, a voz sairá com menos esforço.

“Ele tem muita vontade de falar e eu sempre tenho fé. Em cada viagem que venho aqui eu alcanço uma vitória”, conta a esposa. Os dois viajaram de do interior do Estado para pegar a laringe eletrônica. Além de ganhar o aparelho, os pacientes tiveram uma explicação de como usar o dispositivo.



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