Papa expulsa bispos chilenos acusados de abuso sexual de menores

A Santa Sé afirma em comunicado que a decisão do Papa é definitiva

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O Papa Francisco exonerou dois bispos chilenos da Igreja por ligação com "abusos de menores", anunciou o Vaticano neste sábado (13), após o pontífice ter recebido o presidente chileno, Sebastián Piñera, em audiência privada.

Os bispos Francisco José Cox Huneeis, arcebispo emérito de La Serena, e Marco Antonio Ordenes Fernández, arcebispo emérito de Iquique, foram exonerados "como resultado de atos manifestos de abuso de menores", afirmou a Santa Sé em um comunicado.

A nota afirma que as evidências descartam a necessidade de um julgamento e que a decisão do Papa é definitiva e não está aberta a recurso.

A exoneração significa que os bispos tiveram seu status reduzido ao laico e que eles foram expulsos do sacerdócio. Trata-se da punição mais severa que a Igreja pode infligir a um membro do clero.

Tal ação foi raramente tomada contra os bispos. Até agora, durante o papado de Francisco, o Vaticano apenas emitia uma declaração de uma única linha dizendo que a renúncia de um membro do clero foi aceita, sem dar mais explicações.

A mudança na linguagem e o detalhamento da nota podem sinalizar um novo grau de transparência por parte do Vaticano. Segundo o porta-voz Greg Burke, há uma nova tendência na maneira como serão anunciados os resultados de investigações de bispos acusados de abuso.

Mais de 100 bispos chilenos investigados

O Ministério Público chileno investiga mais de 100 bispos, padres e leigos como autores ou acobertadores em casos de abuso sexual de menores e adultos que se estenderam por quase seis décadas, e solicita informações sobre eles do Vaticano.

Em maio, em uma iniciativa sem precedentes, 34 bispos do Chile colocaram seus cargos à disposição do Papa, depois de participar de uma reunião com o pontífice convocada após suspeita de terem encoberto casos de pedofilia cometidos por religiosos em suas dioceses.

Em junho, o Papa Francisco aceitou as renúncias de D. Juan Barros, bispo de Osorno (sul do Chile), Cristian Caro Cordero (Puerto Montt), de Gonzalo Duarte García de Cortazar (Valparaiso) e dos responsáveis pelas dioceses de Rancagua e Talca.

Em setembro, foram aceitas as renúncias dos bispos Carlos Eduardo Pellegrín Barrera (da diocese de San Bartolomé de Chillán) e do bispo Cristián Enrique Contreras Molina (da diocese de San Felipe).

Encontro com Piñera

O anúncio deste sábado, feito por ocasião da visita do presidente chileno ao Vaticano, foi interpretado como uma mensagem concreta de que o Papa está determinado a aplicar com firmeza a "tolerância zero" contra a pedofilia.

A questão foi abordada pelos dois líderes durante a reunião privada na biblioteca particular do Papa.

"Tivemos um encontro muito bom e franco com o Papa Francisco, falamos sobre a difícil situação em que vive a Igreja no Chile. Compartilhamos a esperança de que a Igreja possa viver um verdadeiro renascimento e recuperar o afeto e a proximidade do povo de Deus ", disse Piñera em declarações à imprensa no final da reunião.

O presidente não quis se pronunciar sobre a investigação do MP chileno.



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