Papa Francisco celebra missa no último grande ato da Jornada Mundial da Juventude no Brasil

Os obstáculos foram muitos na rota de peregrinação dos milhares de fiéis: chuva, frio, informações desencontradas e enormes filas

São esperados 3 milhões de peregrinos no último dia de JMJ | Reprodução
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No último grande ato da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Papa Francisco celebra neste domingo, às 10h, em Copacabana, missa campal que deve reunir 3 milhões de peregrinos, segundo estimativa do comitê organizador. O encontro estava programado para acontecer em Guaratiba, mas, devido às chuvas dos últimos dias, que transformaram o lugar num lamaçal, teve de ser transferido. Após uma semana de agenda intensa, em que conquistou o coração dos cariocas, Francisco embarca neste domingo, às 19h, para Roma. Na manhã de sábado, o Santo Padre celebrou missa na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, com bispos e sacerdotes.

Os obstáculos foram muitos na rota de peregrinação dos milhares de fiéis: chuva, frio, informações desencontradas e enormes filas para retirada dos kits de alimentação. Mas a vontade de ver e ouvir de perto as palavras do Pontífice superou qualquer dificuldade. Já no início da madrugada de ontem, dezenas de pessoas ocupavam as areias da Praia de Copacabana. Pela manhã, eles já somavam muitas centenas, falando diferentes línguas, à espera da Vigília de Oração com Pontífice, marcada para às 19h30m de ontem. Muitos iam passar o dia e a noite em Copacabana até a manhã deste domingo, quando será celebrada a missa de encerramento da JMJ. Ao longo da manhã de sábado, o percurso entre a Central do Brasil e a Praia de Copacabana foi tomado por uma multidão carregando mochilas, barracas de camping, colchonetes e bandeiras, sempre cantando. Ao passar pela Avenida Rio Branco, no Centro, onde há cerca de um mês aconteceram protestos, peregrinos gritaram em coro: ?Vem para a rua vem, em nome de Cristo?, numa referência às manifestações.

O movimento em direção a Copacabana era intenso desde às 6h, antes mesmo das interdições. Vindo de todos os pontos do Rio, os peregrinos chegavam à Central de trem, ônibus e metrô. Dangela Dantas, de 28 anos, de Salvador, saiu da Ilha do Fundão, onde está alojada, às 4h30m, com seu saco de dormir e lanche:

? É um momento importante para unir os povos no meio de uma era de tanta intolerância. Vou rezando até Copacabana.

A prefeitura não cumpriu com o prometido: interditar a Presidente Vargas, a partir da Central. Os peregrinos encontraram o caminho livre apenas a partir da Praça da República. Com isso, muitos caminharam espremidos pela calçada e precisaram atravessar entre os carros. Pelo menos ao longo da caminhada, a organização distribuía mapas com informações.

A paraguaia Luz Fleitas, de 26 anos, disse que a experiência tem sido espetacular:

? Essa união jovem não vejo em nenhum outro lugar. Só acho que a organização não é das melhores, principalmente no que diz respeito à informação ? disse ela, que participou da JMJ de Madri.

Hilton Jesus dos Santos, morador de Brasília, fez a peregrinação carregando uma bandeira da Argentina, que trocou com outro peregrino:

? Estou conhecendo pessoas de países que jamais imaginava conhecer.

Nas areias desde a madrugada de sábado

No início da manhã, por volta das 6h30m, cerca de 500 pessoas já se concentravam em frente ao palco principal em Copacabana. Apesar da chuva e da baixa temperatura, 43 argentinos, de Buenos Aires, chegaram no início da madrugada. Com sacos de dormir, cobertores e chá, alguns adormeceram na areia. Eles estão hospedados na Paróquia Santa Rita, em Ramos.

? Queremos ver o Papa. Nem a chuva vai nos impedir. Temos muita fé ? afirmava Alexies Mitre, de 31 anos, que, em seguida, faz um elogio ? As pessoas são muito afetuosas.

Para Javier de Los Santos, de 23, a cidade está acolhendo bem os peregrinos:

? A JMJ está muito bonita. Encontrar o Papa foi emocionante

E para alegria de todos, depois de um início de manhã de chuva, o sol finalmente apareceu nas areias de Copacabana. O casal Aline Gonçalves e Gonçalo Gomes, de Brasília, participa pela terceira vez da jornada juntos. Como não conhecem a cidade, eles fizeram apenas uma parte do percurso da peregrinação, saindo de Botafogo. Os dois lamentaram a mudança da vigília de Guaratiba para Copacabana.

? Lá nos sentiríamos mais seguros, porque só haveria peregrinos. Não sei como vai ser dormir em Copacabana. Outro dia, ficamos assustados com a quantidade de mascarados que chegaram, de repente, à praia. Estamos felizes, mas achamos o evento muito desorganizado. Na Alemanha, por exemplo, o chão foi coberto por feno para evitar a umidade. Pra cá, tivemos que trazer protetor térmico ? comentou Aline.

Entre as provações, teve também a dificuldade para a retirada dos kits peregrino. Ainda ontem, quem chegava à cidade para a vigília na praia precisou perder horas preciosas numa longa fila, no Sambódromo, para receber o material. Sem o kit, que inclui um crachá, os jovens não conseguem comprar alimentos durante a caminhada.

Ontem, Francisco chegou às 8h40m na Avenida Chile, onde, apesar da chuva, pelo menos oito mil fiéis o aguardavam. Ao contrário dos outros dias, a aglomeração não foi tão grande. Assim sendo, quem se arriscou, teve sorte de ver o Papa. Simpático, como sempre, ele abençoou a multidão. Beijou crianças.



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