Parque Serra da Capivara volta a funcionar plenamente

“O dinheiro ainda não chegou”, disse Niède Guidon.

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Ameaçado por falta de recursos, o Parque Nacional da Serra da Capivara, que abriga algumas das pinturas rupestres mais antigas da América, voltou a funcionar plenamente nesta quinta-feira (1°).

Os 25 funcionários que fazem a manutenção do parque e cobram as entradas dos visitantes voltaram a trabalhar, depois de terem sido dispensados por duas semanas. "O dinheiro ainda não chegou, mas somos responsáveis pelo parque", diz a arqueóloga Niède Guidon. 

A Fumdham (Fundação Museu do Homem Americano), ONG presidida por Guidon, que descobriu as pinturas na década de 1970 e ajuda a administrar o parque, havia dado aviso prévio aos funcionários por falta de dinheiro.

A organização se queixa da falta de recursos há pelo menos cinco anos, e diz que há pinturas ameaçadas pela ação de caçadores e da erosão,

O Ministério do Meio Ambiente prometeu liberar R$ 1 milhão ao parque emergencialmente, que ainda não chegaram. A Fumdham também espera outros R$ 700 mil via Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional). "Se chegar, está ótimo. Dá para aguentar até o fim do ano", afirma a arqueóloga.

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente informou que os recursos não foram repassados antes porque o convênio do governo com a Fumdham, vencido no final do ano passado, não havia sido renovado.

"Tão logo tomou conhecimento da situação, o ministro Sarney Filho determinou que fossem tomadas as providências para solucionar o problema", informa o órgão.

Segundo o ministério, R$ 300 mil foram liberados nesta quinta (1) ao Iphan, que deve repassar o valor à Fumdham. Outros R$ 669 mil, vindos do orçamento do ministério, serão enviados em breve.

PATRIMÔNIO

Patrimônio da humanidade, o parque abriga mais de mil sítios arqueológicos, numa área de 130 mil hectares –cerca de 85% da cidade de São Paulo.

Lá, foram encontrados os mais antigos vestígios do homem nas Américas, que fundamentam uma teoria de que a ocupação do continente se deu pela África, há mais de 50 mil anos, e não pelo estreito de Bering, na América do Norte, há 13 mil anos.

Há 450 km de estradas dentro do parque, que levam a quatro diferentes circuitos. O esforço de preservação é enorme. A água da chuva é reaproveitada, tanques foram criados para animais e até a cor das guaritas foi desenvolvida especialmente para o parque.

Com a diminuição dos recursos, a equipe da Fumdham foi reduzida de 270 funcionários, no auge do parque, para cerca de 40. Hoje, o time de conservação dos sítios arqueológicos, que antes chegava a 20 pessoas, se reduziu a duas.



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