Páscoa: Tempo de Ressurreição em meio a pandemia

Nesse momento em que tradicionalmente se relembra a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, Igreja Católica restringe celebrações para evitar aglomerações. Para o comércio, a venda de ovos de chocolate movimenta o setor

Padre Anderson | Divulgação
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Cada ser humano passa por ciclos de vida, de morte e também os seus renascimentos. A passagem de Cristo e a ressurreição para a vida eterna, período conhecido como Páscoa, também servem como uma metáfora para entender os processos da vida. As pessoas nascem, morrem, renascem e, diante da pandemia, mais do que nunca é preciso ter esta compreensão destes processos. A humanidade se encontra diante do invisível e desconhecido, uma vez que a ação do vírus é individualizada, ou seja, cada pessoa é impactada de forma diferente e os efeitos são complexos. 

Originalmente, o termo Páscoa surgiu do latim pascha que, por sua vez, deriva do hebraico pessach, que significa ‘a passagem’ e é tradicionalmente comemorada pelas religiões cristãs que relembram a crucificação e morte de Jesus Cristo, celebrando sua ressurreição. Originalmente, a Páscoa foi iniciada pelos judeus e no cristianismo passou a ser comemorada com novo significado.

Aos hebreus, Páscoa foi celebrar um rito, onde se matava um cordeiro que era comido invocando a proteção de Deus. Por volta do ano 1250 a.C este rito tomou para os descendentes de Abraão um novo significado: a passagem de Deus. Aos judeus também significou a passagem pelo Mar Vermelho na noite do Êxodo, da escravidão para liberdade. Sair do Egito e passar para uma terra prometida.

Padre Anderson explica a origem da celebração pascal | FOTO: Divulgação

“O sentido da Páscoa para nós significa antes de tudo celebrar um rito. Mas o mesmo que se exigiu dos hebreus e de Jesus Cristo fazer uma 'passagem', a nossa passagem é traduzida pela palavra conversão. Nós somos ainda escravos, como os hebreus do Egito, também de muitas escravidões de pecados.  Precisamos fazer a passagem da vida velha para a vida nova. Mas, também significa nossa 'passagem' através da morte para a vida eterna”, esclarece Padre Anderson Fábio, vice-reitor do Seminário de Filosofia Dom Edilberto Dinkelborg, em Teresina.

O religioso revela ainda que a Páscoa como “passagem” está descrita no Antigo Testamento como a libertação do povo israelita da escravidão no Egito. A Páscoa é celebrada pelos judeus para comemorar a liberdade conquistada pelo seu povo. “No Novo Testamento, a Páscoa é a celebração da passagem da morte para a vida, através da ressurreição de Jesus Cristo. A ressurreição de Jesus significa também a nossa ressurreição”, acrescenta o sacerdote.

Data também aquece o comércio local

No período em que é comemorada a Páscoa, um dos itens que não pode faltar na casa dos brasileiros é o ovo de Páscoa, que chama a atenção tanto de crianças quanto de adultos. Diante da crise econômica brasileira provocada pela pandemia e produtos industrializados cada vez mais caros, uma boa opção tem sido o ovo caseiro. Esses produtos garantem maior economia para os clientes em relação aos ovos industrializados e ainda aquecem o mercado garantindo uma renda extra para microempreendedores individuais. 

foto: DIVULGAÇÃO

Além dos preços em geral mais baixos, a composição dos ovos de Páscoa caseiros também é produzida ao gosto do cliente e com o isolamento social – medida considerada fundamental para conter a pandemia - esses empreendedores acabaram conquistando uma fatia ainda maior de consumidores este ano,  tanto pelo isolamento ainda necessário, quanto  pela facilidade de negociação através das mídias digitais e entrega delivery.

Na capital piauiense, a empreendedora Milena Azevedo, afirma que o resultado da Páscoa esse ano lhe surpreendeu positivamente. Mesmo com o comércio parado, a Páscoa é uma data simbólica, e os ovos de Páscoa ainda são algo indispensável nos domingos de Páscoa.

“Como trabalhamos com delivery e fazemos um produto artesanal, onde temos cuidado com cada etapa da produção, muitas pessoas optaram por empreendedores que fizessem esse serviço. As pessoas pedem, muitas vezes para presentear e já entregamos na casa de quem vai receber o ovo de Páscoa, estamos fazendo esse intermédio. Acredito que foi um ponto muito positivo, pois nesse período temos que nos resguardar em casa”, afirmou.

Sobre as vendas, a loja da confeiteira ficou com a agenda lotada durante a semana toda, foi preciso aumentar a produção para conseguir atender a demanda de pedidos e atender ainda mais pessoas.

“Também estamos deixando alguns produtos a pronta entrega para aqueles que se esqueceram de fazer o pedido com antecedência. Mesmo com todo o caos da pandemia, a Páscoa é um período maravilhoso para quem trabalha com doces”, avalia.

Cerimônias religiosas são restringidas no Piauí

Com o agravamento da pandemia do novo coronavírus no estado do Piauí e alta na ocupação de leitos clínicos e de UTI nos hospitais públicos, o governo publicou portaria sobre a realização das cerimônias religiosas no estado em 2021 e restringiu o funcionamento de igrejas e templos religiosos para evitar aglomerações e, dessa forma, conter o avanço de transmissão da Covid-19.

A portaria conjunta foi publicada no Diário Oficial do Estado, de 29 de março, pelos secretários de Estado do Governo, Osmar Júnior, e da Saúde, Florentino Neto, autorizando a realização de cerimônias religiosas no período compreendido como Semana Santa, desde que sejam obedecidas as medidas sanitárias para evitar a disseminação do coronavírus. 

Devido à pandemia, celebrações devem ter, no máximo, 30% de lotação dos templos | foto: REPRODUÇÃO MN

Ficou ainda estabelecido, que cada local de culto, seja igreja, templo, centro espírita ou terreiro, poderá realizar apenas uma cerimônia diária, com duração máxima de 2 horas. Esses locais ainda devem respeitar as medidas sanitárias, evitando aglomerações e lotação de público durante as cerimônias, com a presença de apenas 30% do público.

Seguindo as indicações, na Santa Ceia do Senhor realizada na Quinta-Feira Santa não foi realizado o rito do lava-pés e nem a transladação do Santíssimo Sacramento. Já na Paixão do Senhor, Sexta-Feira Santa, não aconteceu a procissão e nem o tradicional beijo da Cruz. 

Neste sábado (03), durante a Solene Vigília Pascal a quantidade de leituras deve ser reduzida, a fim de que não ultrapasse as duas horas de celebração estabelecidas através dos decretos governamentais. E no domingo, na Missa de Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus, a participação dos fiéis também ficará limitada a 30% da capacidade da igreja e a missa não poderá ultrapassar a duração estabelecida pela portaria.

Em tempo de pandemia, o documento, direcionado para todas as comunidades paroquiais, diaconais e áreas pastorais, também reforça a importância das celebrações serem transmitidas por meio das redes sociais para que os católicos possam acompanhar cada momento.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES