O pescador Samuel Bittencourt trocou a Baixada Fluminense por outro local de trabalho. Segundo ele, onde pescava antes já não há mais quase peixe.
— Hoje, a pesca na Baía de Guanabara está falida. Tem semana que não paga nem a despesa de ir para o mar. Na semana passada, não deu nem cem quilos. Então, parei. Só vou voltar a pescar em novembro, depois do inverno.
Causa da poluição
O pescado quase sumiu em menos de duas décadas do litoral em parte por causa da poluição e hoje os pescadores, por ironia ganham para recolher resíduos da Baía de Guanabara.
O trabalho faz parte de uma sofisticada engrenagem de compensação ambiental: através do Instituto BVRio, o projeto é financiado pela empresa social italiana Ogyre, especializada em lixo no mar e que atua no mercado internacional de créditos de logística reversa.
Cooperativas
Os homens saem para o mar duas vezes por semana com a missão de, em 12 meses, retirar da Baía cem toneladas de lixo. O material, após ser todo separado, segue para cooperativas de reciclagem. Na primeira etapa da ação, de dezembro a março, 20% tiveram reaproveitamento. O que não pode ser reciclado vai para o aterro sanitário.
No Brasil, ao longo de 8.500 km de costa, existem por volta de 270 municípios costeiros, esses números ilustram o tamanho do desafio do combate ao lixo no mar.
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