Pesquisa aponta vulnerabilidade das bacias do São Francisco e do Parnaíba

A área total afetada por fragilidades socioambientais na bacia do São Francisco é de 337.569 km2, enquanto no Parnaíba chega a 121.990 km2.

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Bacia do São Francisco | Maurício de Almeida/TV Brasil
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O estudo realizado por pesquisadores brasileiros analisou a vulnerabilidade socioambiental das bacias dos rios São Francisco e ParnaíbaOs resultados indicaram que 53% da bacia do Rio São Francisco apresenta alta e muito alta vulnerabilidade. A área total afetada por fragilidades socioambientais na bacia do São Francisco é de 337.569 km2, enquanto no Parnaíba chega a 121.990 km2.

O estudo utilizou uma combinação de indicadores para avaliar a capacidade adaptativa das regiões. Foi constatado que 57% da área total analisada, correspondendo a 549.830 km2, apresenta baixa capacidade adaptativa. Além disso, a bacia do São Francisco mostrou uma proporção maior de exposição alta e muito alta em comparação com o Parnaíba, com 62,8% e 30,7%, respectivamente. A área de sensibilidade também foi considerada maior na bacia do São Francisco.

O Índice de Vulnerabilidade Socioambiental (Sevi), utilizado no estudo, destacou que a principal limitação para reduzir as fragilidades socioambientais na região do Parnaíba é a capacidade adaptativa, afetando a infraestrutura, a renda e as condições de desenvolvimento humano. Na região do São Francisco, as fragilidades estão relacionadas à densidade populacional, à degradação do solo, ao uso da terra e a indicadores climáticos, como temperatura e precipitação.

A área total analisada no estudo foi de 962 mil km2, abrangendo uma população de 20 milhões de pessoas, principalmente em áreas urbanas. Dessas, 16 milhões vivem na bacia do São Francisco e 4 milhões na do Parnaíba. 

A pesquisadora Rita Marcia da Silva Pinto Vieira, uma das autoras do estudo, explicou que o Sevi é resultado da combinação de indicadores relacionados à adaptação (desenvolvimento humano, infraestrutura e renda), sensibilidade (número de dias sem chuva, uso e cobertura da terra, temperatura e tipo de solo) e exposição (densidade populacional, degradação e desertificação do solo). Os resultados foram classificados em níveis de vulnerabilidade, variando de muito alto, alto, moderado, baixo e muito baixo.

Rita Marcia ressaltou que as mudanças climáticas devem agravar o cenário nas próximas décadas, com redução de 46% e 26% na vazão dos rios São Francisco e Parnaíba, respectivamente, devido ao aquecimento global. Populações em situação de pobreza nessas áreas serão mais frequentemente afetadas por eventos climáticos extremos.

A importância do estudo reside na identificação dos locais mais vulneráveis, permitindo a análise e implementação de políticas públicas adequadas para cada região. Os resultados obtidos fornecem um mapa de vulnerabilidade socioambiental, que pode auxiliar na tomada de decisões rápidas. 

Os dados conclusivos da pesquisa, feita com apoio do Fundo de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do projeto Fotets 2020, foram publicados em artigo na revista Sustainability por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e também do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O projeto Forests 2020 faz parte do International Academic Partnership Program (IAPP), da Agência Espacial do Reino Unido, que agrega especialistas em monitoramento florestal de vários países. A pesquisa também contou com a participação do pesquisador sênior da Divisão de Impactos, Adaptação e Vulnerabilidades da Coordenação Geral de Ciências da Terra do Inpe Jean Pierre Ometto. (Com informações da Agência Brasil)



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