Pesquisadores reconhecem espécies inéditas no Piauí

Pesquidadores da Ufpi identificam formas de preservação ambiental

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A modernidade trás benefícios, como também agrava questões ambientais. As grandes construções e a extinção de espécies no ecossistema estão entre os casos mais preocupantes. Para mudar essa situação, o Laboratório de Micologia, constituído por professores e alunos do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), trabalha questões relacionadas ao meio ambiente e, assim cria soluções para diminuir os impactos da globalização.

As pesquisas produzidas pelo Laboratório de Micologia identificam formas de preservação ambiental, como também difundem técnicas que podem combater doenças causadas por fungos. Com isso, a sociedade ganha recursos através de estudos locais que são levados em nível nacional e internacional.

O Laboratório trabalha com pesquisas baseadas no fungo zoospóricos, organismo aquático que se alimenta de matéria orgânica morta, contribuindo na reciclagem de nutrientes. Alguns são parasitas de plantas, animais e outros fungos, prejudicando-os.

Com três eixos de estudo, o conhecimento geral (adquirido através das publicações especializadas locais); a produção e comunidade, o Laboratório é coordenado por José de Ribamar de Sousa, professor do curso de Ciências Biológicas da Ufpi, além da participação de seis mestrandos e de estudantes de graduação.

O professor José Ribamar relata a função das pesquisas realizadas no laboratório. Em uma delas, o grupo relacionou a China Antiga a uma população da região isolada do Parque Nacional de São Raimundo Nonato (PI). “Estamos descobrindo que a comunidade utiliza um fungo com fins medicinais, que provavelmente é o mesmo fungo que a China já utilizava há mais de quatro mil anos. Nunca esperávamos que fôssemos encontrar uma população que fizesse uso de fungos, por conta do histórico de aversão ao organismo. Isso abre um leque para discussões em outras disciplinas, como por exemplo a Antropologia”, conta.

Além disso, o grupo diagnosticou espécies inéditas. “Encontramos espécies que nunca tinham sido reportadas para o Brasil, outras nem para América do Sul. Por isso, reconhecemos a biodiversidade, pois se não soubermos proteger e conhecer os organismos, também não vamos saber proteger e preservar o meio ambiente”, diz.

Ademais, algumas pesquisas tiveram publicações em congressos e revistas especializadas internacionais e nacionais.

ESTUDOS DIAGNOSTICAM DOENÇAS E PRESERVAM O MEIO AMBIENTE

Iniciada em abril de 2014, a pesquisa “Diversidade de Oomicetos, potencial e manejo em piscicultura” do mestrando, Laércio de Sousa Saraiva, e orientação de José de Ribamar, analisa as doenças provocadas por fungos nos peixes.

De acordo com professor José de Ribamar, o grupo realiza um levantamento a fim de obter um diagnóstico. “O resultado é transmitido com uma linguagem simples. Em seguida, distribuída com técnicas de mínimo impacto ambiental aos piscicultores de Teresina”, afirma.

O meio ambiente também recebe destaque através da pesquisa “Diversidade de oomicetos e conservação no Parque Natural Municipal Lagoa do Sambico”, da mestranda Janete Barros, e também orientação de José Ribamar. O estudo identifica os impactos causados por uma construção próxima ao Parque (região do Estado do Maranhão).

Janete explica que a pesquisa identificou depósitos e acúmulos de lixo, constando morte de animais, pois a construção da obra afeta o ecossistema. “É uma lagoa que por muitos foi considerada o pulmão da região. Por isso, queremos levar a orientação para os moradores”, afirma.

Alunos realizam função social

Com o conhecimento adquirido através das pesquisas, os mestrandos podem levar orientações sobre preservação do local de origem da população, além de combater doenças até então desconhecidas.

A mestranda Janete Barros, destaca que os estudos dão oportunidade para que academia realize o levantamento sobre a diversidade dos organismos, que até então não são muito conhecidos. “O nosso objetivo é levar conhecimento para comunidade sobre a conservação, como da Lagoa do Sambico, como também orientar como a comunidade pode preservar o meio ambiente e alertar sobre os possíveis riscos que podem trazer, como doenças em animais e plantas”, afirma.

O mestrando Laércio de Sousa conta que, após ingressar no mestrado, presenciou uma área nova, com outras técnicas e modos de pesquisa. “É um respaldo maior, pois trabalhamos com grupo específico de microrganismos aquáticos, zoospóricos, que cada dia aprendemos e descobrindo outras espécies para melhorar a produtividade dos piscicultores e da região”, finaliza.

População e saúde são beneficiadas

As pesquisas realizadas pelo Laboratório de Micologia ultrapassam diagnósticos sobre o meio ambiente e doenças provocadas por fungos, elas também ajudam no trabalho dos agricultores e encontram meios de controlar o mosquito da dengue.

José Ribamar relata que um dos benefícios mais importantes está em conhecer e aconselhar sobre determinados organismos que podem trazer prejuízos aos agricultores. “Eles ocorrem naturalmente nos solos e cada região tem determinado tipo. Nossa intervenção é fazer com que os agricultores não tenham uma produção prejudicada”, diz.

A Dengue, doença tropical infecciosa transmitida pelo mosquito Aedes aegypt, também é pesquisada. O professor explica que os resultados mostraram que um fungo pode crescer na larva no mosquito. ”Por isso, é melhor ter investimento na pesquisa para fazer um controle biológico do mosquito, do que está aplicando inseticidas, pois é um produto tóxico”, afirma.



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