Piauí é 8º no ranking de incidências de Hanseníase

O relatório aponta ainda que em cada cem mil habitantes, 42,5 casos são detectados.

Só em 2013 foram diagnosticados em Teresina 378 novos casos | Reprodução Rede Meio Norte
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Coceiras nas mãos e nos pés, dores e dormência, foram esses os sintomas que José Soares, 59, residente em Teresina, sentiu durante dois anos antes de ser diagnosticado com hanseníase. Há cerca de um ano ele realizou todo o tratamento, que é gratuito e disponível na rede pública de saúde na Atenção Básica.

Atualmente ele está curado da doença. Para ele que sentiu na pele os problemas, e para os portadores da doença, a maior dificuldade está na falta de profissionais capacitados para a realização do diagnóstico precoce.

?Passou bastante tempo. Vim descobrir após ter feito os exames quatro ou cinco meses. Eu cheguei a mostrar para uns cinco médicos e eles diziam apenas que era problema de circulação?, disse José Soares.

Para o coordenador do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Ruimar Batista, o maior obstáculo para a erradicação da doença está no preconceito. ?A hanseníase não é uma doença de sangue, portanto, existe uma ação discriminatória?.

As estatísticas apontam dados preocupantes para o Piauí. No relatório emitido pelo Ministério da Saúde, o Estado assume a 8ª colocação em relação aos locais com maior incidência da doença.

Só em 2013 foram diagnosticados em Teresina 378 novos casos, destes, 53% foram da forma mais avançada. O relatório aponta ainda que em cada cem mil habitantes, 42,5 casos são detectados.

142 pessoas são atendidas em Mutirão de Hanseníase

Vicente de Paula

Até o meio-dia do dia 1º de fevereiro, o Mutirão de Hanseníase atendeu 142 pacientes diagnosticando seis casos da doença. Nove unidades de saúde de Teresina realizaram atendimento até às 18h.

No Unidade Básica de Saúde (UBS) do Monte Castelo, o Lar de Betânia, a enfermeira Joana Lima e o médico infectologista Kelsen Eulálio estavam responsáveis pelo atendimento aos pacientes com suspeita de hanseníase.

Segundo o médico, foram realizados exames testes de sensibilidade com água morna e água fria para testar a sensibilidade da pele onde há manchas suspeitas.

Ele explica que se algum caso de hanseníase for diagnosticado, o paciente inicia o tratamento já no posto de atendimento com a medicação fornecida pela rede pública. Ele explica que até 05 lesões na pele correspondem a forma paucibacilar, cujo tratamento é realizado com 02 tipos de medicamentos, que são administrados por um período de 06 meses, quando geralmente a doença é curada. Acima de 05 lesões já configura a forma multibacilar que é tratada com 03 medicações pelo período de um ano. Estes medicamentos são distribuídos pelo SUS e não podem ser vendidos.

A enfermeira Joana Lima complementa as informações e destaca que o tratamento é fundamental, pois evita a transmissão da doença quanto mais cedo, ela for tratada. Segundo ela, na forma paucibacilar, nos primeiros 15 dias de tratamento o contágio reduz significativamente. ?Os riscos de transmissão diminuem bastante, 15 dias após o tratamento, porque o número de bacilos diminui?, afirma.

De acordo com a enfermeira, nos casos paucibacilares, é necessário examinar todas as pessoas próximas ao paciente. Já que a transmissão da hanseníase pode ocorrer até pela fala, pois o contágio se dá entre as pessoas com que se tem contato íntimo e prolongado. Joana informa que geralmente investigando parentes de pacientes paucibacilares, encontra-se o foco da doença, um paciente multibacilar, que já está em estágio avançado sem saber da doença, que demora cerca de 02 anos a manifestar sintomas.



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