Por conta do calor, órgãos públicos liberam bermudas para funcionários

Se for como no ano passado, não haverá restrição quanto ao ambiente.

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Ainda não há um clima de liberou geral. Mas, aos poucos, empresas e órgãos públicos vêm se rendendo ao calor senegalês do Rio, permitindo que funcionários usem bermuda ou dispensem o paletó e a gravata no verão. Nos últimos dias, o Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) tornou opcional o uso de paletó e gravata por juízes, advogados e servidores até 20 de março, e a Assembleia Legislativa (Alerj) aprovou uma lei que autoriza os bermudões (na altura do joelho) para os servidores estaduais que trabalham ao ar livre e também para os trabalhadores de serviços concessionários. O próximo beneficiado por medida semelhante será o funcionalismo municipal e os motoristas de ônibus e trocadores: como faz todo ano, o prefeito Eduardo Paes publicará um decreto nos próximos dias liberando a bermuda até o fim da estação. Se for como no ano passado, não haverá restrição quanto ao ambiente.

Mas nem todo mundo já pode dizer “ufa!”. Advogados, por exemplo, ainda reclamam do sufoco que é ficar circulando entre tribunais de terno e gravata. No TRT, eles ainda são obrigados a usar o traje formal nas audiências. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Felipe Santa Cruz, não vê a hora de se ver livre do paletó também em outros tribunais. Ele promete enviar requerimentos ao Tribunal de Justiça e ao Tribunal Regional Federal solicitando a liberação, mesmo nas audiências.

— O mais importante é liberar agora para as audiências. O advogado só fica no ar-condicionado quando está na sala. A Justiça do Trabalho é lá na Rua do Lavradio e a gente tem que caminhar a Avenida Chile toda debaixo do sol, num verdadeiro deserto do Saara, já que não tem quase mais táxi no Centro — faz queixa o advogado. — Usando só calça e blusa social o advogado preserva a formalidade e solenidade de audiência. Terno no verão, pingando de suor, é deselegante. Mas do que isso: é insalubre.

Na Câmara, vereadora quer permitir peça para visitantes e funcionários

Mudanças à vista também na Câmara de Vereadores? Lá, é proibido entrar de bermuda. Mas a vereadora Teresa Bergher (PSDB) promete apresentar um projeto alterando o regimento:

— A Câmara é a casa do povo. Não faz sentido proibir as pessoas de entrar de camiseta ou bermuda numa cidade onde a sensação térmica passa de 50 graus.

No Jardim Botânico, a queixa é sobre a proibição de os homens circularem sem camisa, algo que parece contraditório com o clima. Ainda mais quando se compara com parques da Europa, onde há gente até de biquíni no verão. O choque é grande entre turistas. Mas a instituição faz uma ressalva: “Considerando apenas as altas temperaturas do Rio durante o verão, seria realmente absurdo proibir a visita sem camisa no Jardim Botânico. Porém, o que para os visitantes parece ser apenas um parque é um instituto de pesquisa, sujeito a normas e regulamentos, como ocorre em instituições de outros países. A proibição em questão foi regulamentada em portaria de 20 de julho de 2011”, justifica.

O Zoológico do Rio também proíbe a circulação sem camisa. No Parque Madureira, só não pode roupa de banho. O Parque Lage não faz restrições, e na Quinta da Boa Vista, segundo a direção, “vale o bom senso”.

PROJETO À ESPERA DE SANÇÃO

Não é de hoje que funcionários municipais e rodoviários são liberados para o uso da bermuda no verão. Mas, justamente entre uma das classes que mais sofrem com o calorão carioca, a moda não pegou.

— Nunca soube de uma empresa que tenha feito uniforme com bermuda. Acho que isso dificulta — avalia Oswaldo Garcia, que integra a União Geral do Trabalhadores Rodoviários, completando: — O que alivia mesmo é o ar refrigerado funcionando.

No Rio, só 30% dos ônibus são refrigerados. Para a Fetranspor, a não adoção da bermuda tem a ver com desinformação das empresas e falta de hábito entre os funcionários. A lei aprovada na Alerj, de Marcos Soares (PSD), libera a peça para servidores e rodoviários do transporte sob concessão do estado. O projeto ainda não foi sancionado pelo governador Luiz Fernando Pezão.

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