Práticas de sucesso: Jovens alinham tecnologia a ideias empreendedoras

Jovens pelo Brasil desenvolvem projetos diferenciais e inovadores para o mercado e ganham muito com isso. No Piauí não tem sido diferente.

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Uma ideia inovadora em um ambiente incerto. É um conceito simples, mas a criação de uma Startup parte desse princípio. No Brasil, mais de 10 mil negócios seguem esse modelo. No Piauí, a maioria das Startups tem como protagonistas jovens entre 18 a 40 anos. Muitos desses jovens, graduandos e recém-formados, desenvolvem projetos diferenciados e inovadores para o mercado e podem ganhar muito com isso.

Crédito: José Alves Filho

Jovens em formação têm adaptado suas grades curriculares à realidade do mercado de trabalho, focando em transformar-se em futuros empreendedores, aptos a abrir e tocar o próprio negócio com uma Startup. O estudante de Administração, Mateus Miguel, 19 anos, criou uma rede social aos 16, influenciado pelo mundo dos games.

Crédito: José Alves Filho

“Sempre gostei muito de games e aprendi a programar, vi que podia usar essa programação para resolver os problemas das pessoas, foi então que eu criei a rede social para conectar os alunos para compartilhar arquivos e tarefas da própria faculdade”, conta. O estudante de Administração espera, após ter o diploma, se juntar a amigos e abrir a própria empresa. “Quero montar minha própria Startup e validá-la para poder mandar para o mercado”, almeja.

A experiência adquirida por Matheus e pelos colegas de curso é crucial. O estudante Felipe Silva, 30 anos, trabalha numa Startup financeira.  “Fomos encorajados pela experiência da nossa faculdade. O mundo de uma Startup é para quem tem força de vontade para empreender. A pessoa não precisa, necessariamente, criar uma empresa, você só precisa ficar à vontade para criar. Atuo na ‘Receber Cobranças Inteligentes’, uma Startup de sistema de geração de boletos on-line”, cita.

Crédito: José Alves Filho

Outro que tem uma expertise para lidar com esse modelo de empresa emergente é o aluno Kergisnaldo Sampaio, 19 anos. Para ele, a Startup surge de uma dúvida para ajudar várias pessoas além de si mesmo. O que não fica na dúvida e que vem reafirmando o espaço desses jovens é o faturamento alto que podem ter no futuro.

“Estamos tentando criar a ‘Startup Unique’, que conecta manicures e serviços de beleza em geral a pessoas que solicitem esse tipo de serviço em casa. Qualquer pessoa vai ter acesso a esses serviços pelo aplicativo do celular”, garantiu.

Quem incentiva a criatividade desses jovens é o docente de Administração e especialista em gestão empresarial de uma faculdade particular, Thiago Rodrigo Oliveira. Em sua experiência no mercado com pesquisas na área de educação empreendedora, ele explica que o jovem, ao abrir uma empresa, deve ter experiência com a prática na faculdade.

“É no contato com uma formação que o aluno (a) gera ideia que chega ao mercado. Poucos cursos são voltados para a tecnologia, Startup e o empreendedorismo. É preciso remodelar e incentivar a cápsula de energia que um aluno tem para o empreendedorismo", diz.

Thiago avalia que o segmento que alinha tecnologia de Startup a ideias empreendedoras desenvolve um modelo de negócio escalável.  “A área de tecnologia não é só para Startups, há outros caminhos. Já temos uma 'pegada' que segmenta tecnologia empreendedora gerando soluções para colégios, hospitais, lojas e um pequeno comércio. Em todo segmento você pode utilizar ideias inovadoras e Teresina há cases de Startups para isso. E o que é interessante é que elas são lançadas aqui, mas já são conhecidas pelo mundo", ensina.

Investimento

Idalvo Gabriel abriu uma, ou melhor, duas Startups: The Farma e a Taxi The. E um bom exemplo dos feitos da empresa dele é o aplicativo que encontra seu foco na análise de dados para o ambiente urbano voltado às necessidades das pessoas.

“A ideia surgiu com o objetivo de criar soluções para a população e uma delas foi a The Farma,  um aplicativo de pesquisa que auxilia os usuários a encontrarem o melhor preço do medicamento nas drogarias da cidade. A pessoa pesquisa o remédio e consegue adquiri-lo com o menor preço na região mais próxima à sua residência ou pode ter a comodidade da entrega também", explica. Já a The Taxi auxilia a mobilidade dos usuários ao pedir um táxi.

Os aplicativos estão disponíveis para Android. Hoje, a empresa tem sede e surgiu da parceria com mais três amigos. "Temos uma sede, somos três sócios e mais dois funcionários", disse. Lançado há    pouco mais de dois anos e meio e com produção própria, a The Farma e a The Taxi receberam investimento de R$ 30 mil e já faturam "bem alto". A experiência adquirida pelo jovem inovador    fez com que a empresa crescesse. Os clientes se concentram em Teresina, mas estamos em fase de expansão para outras capitais, como São Luís e Fortaleza", conta.

Empresas estão investindo mais em TI

As áreas de tecnologia, criação e administração serão apostas certeiras para 2019, seguem    crescendo e contratando. Profissionais de suporte administrativo, suporte ao cliente, Tecnologia da Informação (TI) e programação, gestão, design/multimídia, marketing e vendas devem ser os mais buscados. Segundo o Professor de Administração, que atua com gerenciamento de software em uma faculdade, Pedro Alexandre, a carreira de programadores, conhecida também como desenvolvedor de software e de jogos, está em voga.

“A tecnologia é pulsante e os alunos têm que perceber, acima de tudo, em como ele vai pegar essa tecnologia e utilizá-la no dia a dia. Não adianta ter a melhor tecnologia se, de fato, ela não tiver a melhor aplicabilidade voltada para o negócio. No Piauí, o gerenciamento de software para empresas e ações voltadas para automação comercial estão em alta e, inclusive, temos uma grande empresa no Estado que ganhou um prêmio de empresa mais inovadora do país que desenvolve sistemas para área de gestão e saúde”, enfatizou Pedro Alexandre. (V.P.)

Número de Startups vem aumentando no Piauí

Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o Piauí é hoje o 18° Estado do Brasil em número de Startups. De acordo com StartupBase, o Estado conta com 53 desses negócios registrados na associação. Os dados apontam ainda que nos últimos 5 anos, 2017 foi o período em que o Piauí mais registrou novos negócios nesse estilo, com o total de 16 novos empreendimentos. As expectativas são de que esses números continuem evoluindo nos próximos anos.

Enquanto que o Estado ainda inicia sua evolução nessa área, alguns vizinhos já se concretizam entre os dez Estados com mais Startups do país. Pernambuco aparece em 7° lugar, com 184; em seguida temos o Ceará na 9ª colocação, com 166 negócios, e a Bahia fecha as 10 primeiras posições do ranking com 147 Startups. No entanto, os números são muito inferiores aos do 1° Estado, São Paulo, que conta com 3103 empreendimentos registrados.

Startups é modelo de negócio que se caracteriza pelo rápido surgimento e potencial elevado de evolução rápida dentro de um mercado promissor e inovador. No Piauí, estes negócios geralmente são trabalhados por jovens empreendedores, boa parte sendo formada na área de tecnologia.

Samuel Moraes de Melo é Analista Técnico do Sebrae no Piauí e atua junto de Startups ajudando na evolução desses empreendimentos. Ele conta que, com o passar dos anos, o que se percebe sobre a realidade das Startups no Estado é de que realmente esse mercado vem evoluindo. “Dentro do Sebrae nós promovemos ciclos de aceleração e as inscrições aumentam a cada ano. Começamos com 60 inscritos e hoje já dobramos o números dessas inscrições”, fala o analista técnico.

Outro ponto que ele destaca é de que outros eventos organizados também permitem perceber um maior interesse do público pela área das Startups. “Temos uma procura bem chamativa pela área de inovação dentro do mundo digital. No Piauí, além de Teresina, as cidades de Parnaíba, Picos e Floriano têm grupos que promovem ecossistemas favoráveis para o desenvolvimento de novas Startups”.

Dentro disso, ele analisa ainda que existem casos dentro do Estado de negócios nesse estilo que iniciaram há dois ou três anos, mas que já contam com clientes por todas as regiões do Brasil, comprovando o potencial que existe nesses empreendimentos. (J.M.F.)

É preciso ter em mente que é um negócio arriscado

Samuel conta que ao longo dos ciclos de aceleração de Startups ocorre o surgimento de muitas ideias interessantes e inovadoras, mas que muitas vezes não possuem uma operacionalização já definida.

“Essas definições e aprofundamentos para verificar a viabilidade das ideias muitas vezes afastam os interessados e acabam provocando desistências, mas essa é uma realidade mundial. É um processo complexo que, para se ter sucesso, é necessário um comprometimento e execução bem estruturados”, fala Samuel.

A proatividade e a procura pela evolução do negócio, entendendo o que precisa ser feito, é muitas vezes a chave para que o empreendimento cresça dentro das expectativas e alcance seu potencial. “No nosso último ciclo de aceleração, dos 120 inscritos, 30 conseguiram chegar em um grupo mais avançado de Startups que conseguiram validar o seus negócio e que e agora estão em busca de um mercado que possibilite o crescimento da ideia. Outras 16 propostas estão em uma fase inicial de modelagem do seu negócio, encontrando o processo ideal para a geração de receita dentro das ideias que eles apresentaram”, aponta Samuel.

O analista do Sebrae aponta que quem decidir trabalhar com Startups precisa ter em mente que é um investimento arriscado, já que os principais fatores de sucesso para esses empreendimentos estão no envolvimento com a tecnologia e a inovação que a ideia traz para o mercado.

Apesar dos riscos e do desafio elevado ao se trabalhar com esse tipo de negócio, o analista do  Sebrae assegura que a partir do momento em que, o negócios começar a funcionar, o retorno é muito grande. “O negócio que dá certo cresce de uma forma bem rápida, podendo se projetar até mesmo para fora do país de origem. Aqui no Piauí nós temos, sim, empreendedores que já estão colhendo esses frutos”.

Ele finaliza ainda falando que o nível dos trabalhos apresentados pelas Startups daqui não perde    para os de regiões mais desenvolvidas do país. “O diferencial vem da forma que as tecnologias são aplicadas para atingir um mercado escalável que permita uma evolução maior do negócio”. 



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