Precisamos vencer o dragão do ódio e da mentira, diz arcebispo de Aparecida

O religioso não citou nomes de candidatos, mas também falou aos fiéis sobre a importância do voto como exercício de cidadania.

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Precisamos vencer o dragão do ódio e da mentira, diz arcebispo de Aparecida | reprodução
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Durante a homilia na principal missa celebrada do dia de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário de Aparecida (interior de São Paulo), o arcebispo da Arquidiocese, Dom Orlando Brandes, disse que é preciso combater o "dragão do ódio", da mentira, do desemprego, da fome e da incredulidade. O religioso não citou nomes de candidatos, mas também falou aos fiéis sobre a importância do voto como exercício de cidadania. 

"Maria venceu o dragão. Temos muitos dragões que ela vai vencer. O dragão, que é o tentador. O dragão, que já foi vencido, a pandemia, mas temos o dragão do ódio, que faz tanto mal, e o dragão da mentira. E a mentira não é de Deus, é do maligno. E o dragão do desemprego, o dragão da fome, o dragão da incredulidade. Com Maria, vamos vencer o mal e vamos dar prioridade ao bem, à verdade e à justiça, que o povo merece, porque tem fé e ama Nossa Senhora Aparecida."

Precisamos vencer o dragão do ódio e da mentira, diz arcebispo de Aparecida

As declarações do arcebispo acontecem no dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, visita o santuário. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por não ir. Bolsonaro chegou ao santuário com um misto de aplausos e vaias. 

Dom Orlando tem um histórico de críticas veladas ao presidente. Ano passado, durante pregação também no dia da padroeira, quando Bolsonaro visitou o local, ele criticou a política armamentista do governo ai dizer que "para ser pátria amada, não pode ser pátria armada". 

Ainda durante o sermão de hoje, o religioso comentou a importância de exercer a cidadania através do voto comparando com o recenseamento do Império Romano a qual a família de Jesus se submeteu: 

"Inscrever-se no Império, dar cidadania a Jesus. A sagrada família vivendo a cidadania, que nós vamos vivendo também votando, que é necessário exercer esse direito e poder do povo a exemplo de Maria e José em Belém se alistando no recenseamento do próprio Império."

Presença de Bolsonaro. Ao fim da celebração, o arcebispo de Aparecida concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. Ao ser questionado sobre a visita de Bolsonaro, dom Orlando disse que "seja qual for a intenção, vai ser bem recebido, porque é o nosso presidente e por isso o acolhemos". "Não posso julgar as pessoas, mas nós precisamos ter uma identidade religiosa. Ou somos evangélicos ou somos católicos, então precisamos ser fiéis a nossa identidade católica, mas seja qual for a intenção, (ele) vai ser bem recebido, porque é o nosso presidente e é por isso que nós o acolhemos", disse o religioso.

Dom Orlando voltou a destacar, na entrevista, a importância do voto e o compromisso com a verdade: Nós vamos ter que acolher aquele que for eleito com o voto e o poder do povo. Vamos votar. 

"É a democracia que ainda existe. O poder do voto, a soberania do povo. Isso que nós devemos falar e ajudar o povo a votar. Há uma diferença entre buscar a verdade e buscar interesses. É muito diferente a verdade da ideologia. A gente tem que ser muito sincero. Nós temos um compromisso ético com a verdade, com a verdade na política. Mas a política caminha muito pelos caminhos ideológicos, que são de grupos e interesses, às vezes, pessoais. Isso que é importante: distinguir a ideologia e a verdade. "

Aos jornalistas, o arcebispo reafirmou a necessidade de combate ao racismo. "Precisamos tirar as raízes de outro dragão: a exclusão dos negros, o racismo. Esses são dragões que estão muito arraigados em nós", disse. 

Bolsonaro chega com aplausos e vaias. O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou ao Santuário Nacional de Aparecida às 13h49 com um misto de aplausos e vaias. Logo que ele apareceu, foi celebrado por parte dos presentes à missa. Mas os opositores ao candidato reagiram e surgiram vaias. 

Apoiadores do presidente voltaram a carga e tentaram puxar o coro de moto, mas não houve adesão. Cabe ressaltar que em nenhum momento as manifestações foram mais altas que o ensaio dos cânticos que estavam ocorrendo quando o presidente apareceu. Parte deste comportamento se deve ao padre pedir para o público fazer silêncio.



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