Preso, pai de Bernardo escreve carta ao juiz e pede que memória de menino seja preservada

O pai do garoto pede providências para que seja preservada a memória do filho.

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER


Preso desde abril, acusado de planejar a morte do menino Bernardo Boldrini, 11 anos, assassinado no Rio Grande do Sul, o médico Leandro Boldrini escreveu uma carta de dentro da cadeia, na Penitenciária de Segurança Máxima de Charqueadas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O pai do garoto pede providências para que seja preservada a memória do filho. Assinado com a data de 11 de setembro, o texto foi encaminhado ao juiz.

"Peço que o senhor tome providências no sentido de preservar a memória do meu filho Bernardo e a imagem da minha filha", escreveu, ao referir-se à filha que teve com Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo, também presa pelo assassinato.

"Esse processo é uma tragédia na minha vida, pois perdi meu filho e ao mesmo tempo sou acusado de ser o assassino. Minha vida, minha carreira, que tanto priorizei, hoje já não me importam mais", diz na carta.

No texto, Leandro se refere ainda a uma palestra promovida em uma universidade de Santa Maria, na qual participaram a então promotora do caso, Dinamárcia de Oliveira e a delegada Caroline Bamberg, que conduziu a investigação. "Não posso, por mais falhas que cometi como pai, concordar, permitir que pessoas utilizem essa tragédia, a imagem do meu filho, para se promoverem", afirma o documento.

Procurada pela RBS TV, Caroline disse que não tem nada a dizer sobre o assunto. Já Dinamárcia afirmou que o evento a que Leandro se referiu no texto não apresentou nenhuma novidade sobre o caso. "Foi uma palestra no meio acadêmico e nada foi dito ali que já não tenha sido dito pelo Ministério Público ou amplamente divulgado pela imprensa”, afirmou.

Para o médico psiquiatra forense Rogério Cardoso, trata-se de uma carta escrita por "uma pessoa lúcida e esclarecida". Segundo o especialista, o texto tem início, meio e fim e uma mensagem objetiva. "Ele mostra desconforto e indignação com o tratamento que a delegada e a promotora estão dando ao caso. Mostra sentimentos de pai", resumiu ao analisar o texto.

Leandro Boldrini está preso, acusado de tramar a morte do menino junto com a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz. Eles respondem a processo criminal pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Todos os réus estão detidos.

O menino, de 11 anos, foi encontrado morto, enterrado em uma cova rasa, em abril passado, em Frederico Westphalen, a cerca de 80 quilômetros de Três Passos, onde ele morava com a família. O caso revelou um passado de violência e humilhações sofridas pelo garoto.

Entenda

Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No dia 6 de abril, o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.

No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.

O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. No dia 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem de um sedativo e depois enterrado em uma cova rasa, na área rural de Frederico Westphalen.

O inquérito apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ainda conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita médica. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune, e contaram com a colaboração dos irmãos Edelvânia e Evandro, concluiu a investigação policial.


 



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES