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Professor pede para aluna abrir a câmera para vê-la nua em SP; vídeo

Estudante afirmou que não apareceria em vídeo na aula online por não estar vestida; o professor, então, sinalizou ponto extra se ela abrisse a câmera

professor | reprodução
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Um caso de assédio envolvendo um professor e uma aluna durante aula online da Faculdade de Direito de Franca, no interior de São Paulo, vem causando polêmica. No trecho de vídeo que circula nas redes sociais, o docente pede à estudante que abra a sua câmera. Ela, então, informa que não será possível, que manterá apenas o áudio aberto.

"Deve estar horrível", diz o professor. "Não é isso, não. É que eu ia tomar banho e estou sem roupa, não posso abrir", responde a estudante. Diante da informação, ele insiste. "Abre a câmera aí", diz. "Não, não vou abrir", continua ela.

Professor promete ponto extra para aluna abrir a câmera - Foto: Reprodução

O diálogo continua. "Está de sacanagem comigo? Sério que você falou isso no meio da aula?", questiona o professor. "Se vai ficar insistindo é melhor eu já falar a verdade, né?", justifica ela. "Meio ponto para você abrir a câmera", insiste ele. "Abrir a câmera não vale meio ponto, eu estudo", conclui a aluna.

Uma imagem que também circula nas redes sociais mostra uma suposta mensagem enviada pelo docente aos alunos após a divulgação do vídeo. "Comunico que, até segunda ordem minha, se houver, em razão de uma brincadeira ocorrida ontem, inter partes, e que tem gerado incômodo, por meio de comentários maldosos, a uma colega, todos os alunos, diurno e noturno, estão sem os dois pontos de trabalho".

DA emite nota de repúdio

O Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito de Franca emitiu uma nota de repúdio nesta terça-feira (29) sobre o ocorrido. "Chegou ao conhecimento do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito de Franca um ocorrido na aula de Direito Penal do 4º ano do dia 28 de setembro de 2020.

Inicialmente é importante destacar que os alunos não devem compartilhar e divulgar tal situação em grupos ou entre particulares pois trata-se de uma exposição que não deve ocorrer para uma das partes.

Na ocasião, o professor conversava com uma aluna por áudio, situação em que pediu para que abrisse a câmera .A questão é que ao informar que não poderia abrir a câmera, pois iria entrar no banho e não estava devidamente vestida, o professor insistiu, inclusive mencionando pontuação correspondente.

O Diretório Acadêmico “28 de março” vem repudiar atos de assédio moral e sexual denunciados pelos alunos da Faculdade de Direito de Franca – FDF. Reiteramos, como uma pauta já expressa, que todo e qualquer tipo de abuso, agravado pela manipulação através das relações de poder instituídas na academia, são absolutamente inaceitáveis. Tais práticas, apesar do tom de brincadeira, ferem não apenas a ética das relações educacionais, mas o próprio processo de construção científica e a responsabilidade das instituições na formação de recursos humanos.

Relembramos que muitas vezes o assédio é estimulado, e repetidamente praticado, ancorando-se na perspectiva de impunidade e permissibilidade corporativista.

Entendemos que na Faculdade deve prevalecer a justiça, pois é o espaço de construção e autorreflexão da sociedade, portanto esse tipo de situação é inaceitável, ainda que se baseie em amizade entre professor e aluno.

Portanto, o Diretório Acadêmico solidariza-se com os estudantes, reafirma o compromisso de combater o assédio na academia e estar ao lado dos alunos, fazendo valer essa representação, na busca de melhores condições de ensino e pesquisa.

O Diretório Acadêmico protocolou hoje um ofício requerendo a abertura de sindicância para avaliar a conduta do professor, sendo requerido a imposição das penalidades previstas no artigo 187 e incisos do Regimento Interno da FDF."

Marie Claire entrou em contato com o docente e com a instituição via redes sociais e por e-mail na noite desta terça-feira (29) e aguarda resposta dos envolvidos. A estudante não foi localizada.



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