Professor piauiense fará pesquisa na Antártica e representará região Nordeste

O docente é o único representante do Nordeste brasileiro no projeto “Evolução e Dispersão de Espécies Antárticas Bipolares de Briófitas e Liquens”, que tem início em outubro deste ano

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Localizado ao extremo Sul do Planeta Terra, a Antártica é o continente mais seco e frio, com temperaturas que podem chegar a -83 Cº. É nesse ambiente que o professor Hermeson Cassiano de Oliveira, do curso de Biologia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) Campus Heróis do Jenipapo, município de Campo Maior permanecerá durante um mês.
O docente é o único representante do Nordeste brasileiro no projeto “Evolução e Dispersão de Espécies Antárticas Bipolares de Briófitas e Liquens”, que tem início em outubro deste ano e é coordenado pelo professor Paulo Câmara, da Universidade de Brasília. O convite para participar do projeto partiu da coordenação, pois Hemerson é um dos poucos especialistas em briófitas no Brasil.

Animado pela partida, o professor afirma que é uma grande satisfação poder contribuir com a pesquisa científica em um local aonde poucas pessoas têm a oportunidade de ir.

“O Brasil possui 200 milhões de habitantes, sendo que por ano, apenas 300 brasileiros participam de expedições científicas ao continente Antártico, incluindo cientistas, alpinistas e demais profissionais envolvidos na logística da viagem, que tem suporte da Marinha do Brasil.

Portanto, diante desses números, podemos visualizar o quão seletos são os grupos que conseguem desenvolver pesquisa científica na Antártica”, afirma Hemerson.

Para ter acesso ao continente Antártico é preciso estar habilitado pela Marinha Brasileira, por isso, em agosto deste ano, o professor foi ao Rio de Janeiro, onde realizou o Treinamento Pré-Antártica (TPA).

Os profissionais permanecem na avaliação por sete dias e são submetidos a testes físicos, aprendem técnicas de sobrevivência no gelo, primeiros socorros e treinamentos específicos para situações de perigo.

“A aprovação neste treinamento é obrigatória para os cientistas que pretendem ir à Antártica, já que é fundamental ter uma ideia do que é trabalhar em um dos locais mais isolados do mundo.

Ao final do treinamento, os participantes aprovados recebem uma carteira de habilitação, que tem validade de 5 anos e que obrigatoriamente deverá ser apresentada à marinha no ato do embarque para a expedição”, revela o professor.

Como a UESPI é a única Universidade do Nordeste envolvida no projeto, Hemerson acredita que os resultados com a pesquisa gerarão publicações em periódicos nacionais e internacionais, participação em eventos científicos e repercussões que projetarão o nome da instituição no cenário científico. Além de ser fator relevante para a criação de projetos para a criação de curso de pós-graduação em ciências biológicas.

Segundo o professor, após o retorno da viagem ele pretende realizar um evento exclusivo sobre as pesquisas na Antártica na UESPI . “Eu já tenho o apoio de pesquisadores envolvidos no projeto para virem ministrar palestras, incluindo o coordenador do projeto, professor Paulo Câmara, da UNB.

E teremos os resultados da pesquisa para mostrar à comunidade acadêmica. É um estreitamento de laços fundamental para o crescimento das Instituições de ensino superior de nosso País”, completa.

Projeto visa rotas de distribuição de briófitas
A expedição "Evolução e Dispersão de Espécies Antárticas Bipolares de Briófitas e Liquens" visa responder a questionamentos importantes sobre a evolução e rotas de distribuição geográfica de briófitas e líquens que ocorrem nos Polos Norte e Sul, dessa forma será possível entender como algumas espécies que ocorrem no Ártico também chegam na Antártica.

A pesquisa envolve Instituições nacionais e internacionais, tendo o apoio de pesquisadores estrangeiros na coleta do material Ártico, cabendo aos pesquisadores brasileiros a coleta das amostras antárticas.

De acordo com o professor Hemerson, há indícios de que algumas espécies de briófitas encontradas no Ártico e na Antártica são semelhantes, sendo inclusive do mesmo material.

Por outro lado, espécies que se pensava serem as mesmas, após análises morfológicas mais aprofundadas e estudos genéticos, foram claramente diferenciadas.

"Para solucionar a questão, nós iremos até o Polo Sul coletar estas espécies e depois fazer análises de DNA visando desvendar a relação de proximidade entre musgos e líquens das duas regiões polares.

Se as espécies forem as mesmas, cairemos em uma nova questão: Como essas espécies coexistem no Ártico e na Antártica, se esses continentes nunca estiveram conectados pelas placas continentais?

Caso isso se confirme, temos hipóteses sobre as rotas de distribuição geográfica que poderemos testar, que podem inclusive, revelar um novo padrão de circulação do ar no planeta", aponta o professor ressaltando que há uma teoria de que as micro plantas surgiram em ambos os polos devido a uma corrente de ar que poderiam, caso seja provada, poderá influenciar pesquisas meteorológicas.

O projeto possui seis fases com duração de três anos, cujas expedições estão marcadas até 2017. Cerca 16 pesquisadores estão envolvidos, os primeiros viajarão em outubro para dar inicio a primeira fase do projeto. O professor Hemerson viaja à Antártica na quinta fase do projeto em fevereiro de 2015.

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