Professores contra greve da UFPI sofrem até represálias em THE

Portas de salas estariam sendo lacradas e até carros de professores foram depredados.

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Professores fazem manifestação na UFPI. | Efrem Ribeiro
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Há mais de 110 dias, o cenário nos corredores da Universidade Federal do Piauí é o mesmo: vazio por causa da greve dos professores, que mesmo estando fora das salas de aulas continuam recebendo seus salários.

O governo federal fez duas propostas para a categoria prevendo reajustes que variam de 20% até 45%. Mesmo assim, os professores reclamam que o aumento é insuficiente. Os docentes terão o maior reajuste dentre as categorias que fizeram greves, como os técnicos administrativos, que fecharam com o Ministério do Planejamento e terão o acréscimo de 15% em seus vencimentos.

O reitor da UFPI, Luiz de Sousa Santos Júnior, questionou, em entrevista ao programa Bom Dia Meio Norte no dia 13 de agosto, a representatividade das assembleias realizadas pela ADUFPI (Associação de Docentes) que contam apenas com cerca de 50 professores em um universo de 1,5 mil existentes na instituição.

O Meio Norte.com passou a manhã conversando com docentes contrários a continuidade do movimento, mas nenhum deles quis ter seu nome citado na reportagem temendo represálias, já que as portas de suas salas estão sendo lacradas para impedirem a entrada e até mesmo alguns carros tiveram a pintura riscada e vidros quebrados. ?A greve já passou dos limites. Quase 4 meses sem aula é inadmissível. O calendário será muito prejudicado?, opinou um deles.

A ADUFPI deve fazer mais uma assembleia na tarde desta quinta-feira (06). O próprio Andes (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior) reconhece que o movimento perdeu o sentido, uma vez que o prazo para que o governo federal coloque no Orçamento da União o rejuste dos servidores acabou no último dia 31. Por isso, o sindicato convocou uma nova rodada de assembleia para discutir a interrupção do movimento. Grandes universidades já decidirão pelo encerramento da greve, entre elas a UNB e a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em meio ao impasse, os alunos são os mais prejudicados. Anastácia, acadêmica do 3º período de Enfermagem, do campus de Floriano, contou ao Jornal Meio Norte no dia 14 de agosto que está vivendo um triste dilema. Desde que os professores da Instituição decidiram parar as atividades, a aluna começou a ter vários gastos que poderiam ser evitados. Ela afirma que muitos alunos estão nessa mesma situação e que pagam de R$ 300 a R4 622 pelo aluguel.

Alunos de medicina perdem residência

Os estudantes de Medicina, do oitavo e nono períodos, que tiveram as atividades do internato paradas, sofrem também com o adiamento da realização das provas de residência. Por não ser considerada uma atividade essencial, o internato, que dura um ano e meio e serve como estágio para os estudantes de Medicina, não iniciou no período de 16 de julho.

O estudante Alan Bezerra está no 9° período e deveria estar no internato, no entanto, o internato está parado. Com a greve dos professores e servidores, que já ultrapassa 110 dias, também não foi possível cumprir a carga horária com as disciplinas que são pre-requisitos para chegar a etapa do estágio.

Esta situação acarretou para toda a turma um atraso para realizar as provas de residência que acontecem em todo o país. ?Já perdemos o ano, pois mesmo que a greve terminasse hoje, não poderíamos realizar as provas de seleção para residência que acontecem ao final do ano.

Para a minha turma, só será possível fazer a prova em 2014?, lamenta o estudante. A greve gerou para a turma um atraso de mais de um ano para a formatura.



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