Programa Super Top promove debate sobre transsexualidade

Objetivo é contribuir com a sociedade trazendo mais informações.

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Apesar de ter se tornado um assunto cada vez mais debatido no dia a dia, ainda é preciso esclarecer para as pessoas questões sobre identidade de gênero, como a transexualidade e travestismo, por exemplo. Pensando nisso, o Programa Supertop, da Rede Meio Norte, resolveu abordar o tema de forma que possa contribuir com a sociedade trazendo mais informações e esclarecimentos.

A apresentadora Raquel Dias, recebeu na tarde de quinta-feira (03), quatro convidados para abordar o assunto que é bastante pertinente, já que o Brasil é país que mais mata travestis e transexuais no mundo. A matança da população LGBT foi recorde em 2016, com 347 assassinatos, pelos simples fato dessas pessoas existirem.

A coordenadora estadual de enfrentamento a LGBTFOBIA da Secretaria da Assistência Social e Cidadania (SASC), Joseane Borges, contou a sua experiência pessoal como transsexual e falou da importância de se discutir o assunto, em sua fala durante a entrevista, ela citou que desde criança se sente uma mulher transexual, mas só apos a maior idade é que conseguiu as modificações no corpo. Atualmente, aos 33 anos, ela ressalta a necessidade de se buscar informações para se diminuir os índices de discriminação e violência contra a população LGBT.

“Esses espaços são de grande importância, uma vez que eles nos ajudam a desconstruir paradigmas, onde a gente ver que a população LGBT ainda é discriminada e não dão oportunidade de levar informações corretas para a sociedade”, revela Joseane ao destacar a iniciativa do Grupo Meio Norte de Comunicação (GMNC), em discutir o tema. Em sua fala, a coordenadora frisou ainda a importância dos pais em apoiar e respeitar o gênero e a sexualidade de seus filhos.

Por falar em aceitação familiar, a empresária piauiense Amanda Pipa é mãe de uma menina transexual. A filha mais nova tem 7 anos e nunca se reconheceu como menino, sempre como menina. Desde os três anos, quando começou a falar, a menina corrigia a mãe que até então a chamava de príncipe, para que a chamasse de princesa. A mãe então começou a pesquisar sobre o assunto, até que um dia viu uma reportagem de uma menina que havia nascido no corpo de um menino, e ali reconheceu sua filha, dando início logo em seguida ao processo de transição de gênero.

“Eu tive a necessidade de aprender, ter informação, justamente para que não haja essa discriminação e as pessoas se sintam à vontade da forma como elas são. Ainda tenho dificuldades, porque ninguém discute infância LGBT e ela existe e essa é uma bandeira que agora estou militando, para que crianças não sofram punições por terem determinados comportamentos que não são do padrão que a sociedade quer”, enfatizou.

Informação previne violência

Renata Bandeira, psicóloga e membro da comissão LGBT frente a Secretaria de Justiça do Piauí, também participou do debate promovido pela Rede Meio Norte e lembrou que segundo a Classificação Internacional das Doenças (CID), elaborada pela Organização Mundial da Saúde, (OMS), a transexualidade não é uma doença, mas sim transtorno de identidade de gênero e não está ligada à deficiência mental, já que um homem transexual é alguém que sente que o seu gênero é masculino, embora tenha nascido com corpo feminino; já uma mulher transexual é a pessoa que sente que o seu gênero é feminino, embora tenha nascido com corpo masculino.

“Esses debates são importantes para combater a violência, porque as pessoas crescem com normas heteronormativas, machismo e acabam gerando um comportamento violento e repressivo, então a intenção é informar e prevenir violência”, destacou. Muitas vezes os transexuais sabem que se sentem do gênero oposto ao sexo biológico desde que são crianças (mais ou menos aos 6 anos de idade). Normalmente eles expressam o desejo de pertencer ao sexo oposto, preferem brinquedos ou brincadeiras do sexo oposto etc. Também há casos em que um transexual apenas começa a expressar o desejo de pertencer ao gênero oposto ao seu sexo genético já na adolescência, ou na fase adulta.

De acordo com Renata Bandeira, o acompanhamento psicoterápico atua justamente para entender as manifestações deste conflito de identidade de gênero e para que essas pessoas possam aprender a lidar com o quadro para minimizar o sofrimento psíquico.

Vítor Kozlowski, presidente do conselho municipal LGBT de Teresina, destacou algumas conquistas da população LGBT nos últimos anos como o direito ao nome social, que é o nome pelo qual pessoas com transtorno de identidade de gênero preferem ser chamadas cotidianamente, em contraste com o nome oficialmente registrado que não reflete sua identidade de gênero.

“A Rede Meio Norte, o programa Super Top e a sua produção estão de parabéns, justamente porque tem abertura, são formadores de opinião da grande massa que podem ter acesso através da TV sobre questões de identidade de gênero, sexualidade e orientação sexual com informações pertinentes para dirimir preconceitos e combater a discriminação”, declarou Vítor.

O presidente aproveitou a oportunidade para divulgar os mecanismos de denúncias para violação de direitos da população LGBT como o Disc 100, Central de Flagrantes de Gênero, Delegacia de Direitos Humanos e os equipamentos sociais como Centro de Referência LGBT e Conselho Municipal LGBT de Teresina, que trabalham para planejar políticas públicas para o segmento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES