Publicitário da Luiza (aquela que estava no Canadá): “Fiquei preocupado, sem dormir”

A adolescente de 17 anos retornou ao Brasil na terça-feira (17).

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Cena do comercial com Gerardo Rabello e a foto da sua filha Luiza | Reprodução
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Ainda sem respostas para explicar o que levou uma frase banal a cair no gosto dos internautas e se transformar em hit na web, o publicitário Alberto Acerla, diretor e idealizador do "comercial da Luiza" - aquela que estava no Canadá -, admite que jamais passou por sua cabeça criar um viral.

Em entrevista a Terra Magazine, ele conta que se assustou com a repercussão e chegou a ficar "meio preocupado". - Eu gravei esse comercial, coloquei no ar e fui para São Paulo passar uma semana de férias com minha mulher e minha pirralha.

No dia que cheguei, ligaram pra mim, dizendo que o negócio estava pegando fogo, estava fugindo do controle. No começo, fiquei meio preocupado, até sem dormir. Tive uma noite horrorosa. Fiquei pensando no que iria dar. Foi quando um amigo ligou e falou: "Rapaz, traz logo essa menina".

Acerla não pestanejou e tratou de bolar uma nova propaganda para o empreendimento imobiliário em João Pessoa (PB), anunciado inicialmente pelo pai de Luiza, o colunista social Gerardo Rabello, que apresentou a esposa e os filhos, menos a Luiza - a piada todo mundo já conhece.

A adolescente de 17 anos retornou ao Brasil na terça-feira (17), ficou escondida por dois dias em um hotel em São Paulo e gravou o comercial na surdina. A peça publicitária já começou a ser veiculada na capital paraibana - e na internet, claro.

Nesta sexta-feira (20), outdoors serão espalhados na terra da jovem com a frase: "Nasce uma estrela, Boulevard Saint Germain, o apartamento da Luiza". - Por causa do assédio, o pai queria que o comercial fosse gravado em São Paulo, para preservar a menina.

Ela gravou escondido - conta revelando que o custo de produção do primeiro comercial foi de R$ 15 mil, valor que fica ainda mais modesto se for avaliado o número de acessos no YouTube: mais de 2,5 milhões.

Indagado se tem expectativa de um novo viral, o diretor de criação da agência Oficina de Propaganda responde com modéstia. - A intenção do comercial não é essa. É trabalhar o prédio. Acho que esse viral vai durar um pouquinho ainda porque há muitos desdobramentos. Pela presença cênica dela também, porque é uma menina muito bonita.

Agora, esperar outro viral não dá. Ninguém faz viral de propósito. Não vou nunca ser cabotino, dizer que pensei em tudo. Não pensei em nada. Foi acidental e virou isso aí. Perguntaram se eu aprendi com tudo isso. Eu não sei se aprendi. Eu só vi. Não existe uma fórmula para fazer um viral. Vou ver se consigo aprender umas lições. Mas também não sei não.

Repercussão negativa

Alberto Acerla diz que a menção de Gerardo à viagem da filha no comercial inicialmente repercutiu mal em João Pessoa. - A repercussão local foi negativa. As primeiras pessoas, outras agências, começaram a fazer gracinha, dizendo que era pedante, exibicionista.

Mas quando foi para o nacional, ninguém fez essa leitura. As pessoas transformaram no viral. Quando começou a ser brincadeira, acabou esse outro lado. Na visão do publicitário, explicar que Luiza estava no Canadá era fundamental. - Ela é uma pessoa muito conhecida.

Aqui é uma cidade pequena, todo mundo se conhece. Ela é uma menina que circula, né?! O cara tem uma coluna social, a menina é bonita. Iriam dizer: "Por que a Luiza não participou? Por que não comprou a ideia do apartamento?" Tinha que explicar onde a Luiza estava de alguma maneira. A televisão é uma coisa rápida.

A frase original era: "Menos a Luíza, que está estudando no Canadá". Eu tirei a palavra estudando. Eu tinha 30 segundos. Talvez por isso as pessoas tenham pegado no pé. Para afastar qualquer suspeita de esnobismo, Acerla destaca os percalços que a jovem teria enfrentado na terra do maple.

- A menina foi fazer um curso de intercâmbio numa casa de família. Não era nada de esnobação. Pelo contrário, ela disse que ralou pra danar. Ela chegou no Canadá, falou que a família era legal, mas o povo lá é ocupado demais. Ninguém tem babá nem doméstica, como aqui, no Brasil. Cada um se vira. Não foi uma coisa de ela chegar lá e viver conto de Cinderela.

Luiza nacional

Segundo o diretor de criação, a estudante está sendo sondada para campanhas nacionais. - Tem agências grandes atrás dela. Vamos conversar sobre novas campanhas amanhã (sexta-feira). A intenção é contratar para outros produtos.

Mas somos uma agência pequena da Paraíba, não podemos enfrentar essas agências de São Paulo. Ele diz que até quarta-feira (18), oito unidades do prédio - o valor mínimo é de pouco mais de R$ 700 mil - anunciado no comercial haviam sido negociadas.

- Tem gente ligando para lá e perguntando: "Ainda tem o apartamento da Luiza?" Há pouco, falamos que o nome deveria mudar de Boulevard Saint Germain para Residencial Luiza Rabello. Acho também que tinha que negociar um apartamento, para ela realmente morar lá e a gente começar a explorar isso. Mas já é outra história - maquina.



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