Queijo do Brasil fica entre os 12 melhores do mundo em torneio francês

No evento, foram avaliados um total de 1.640 queijos provenientes de diversos países, sendo 288 deles apresentados por 91 produtores brasileiros

Queijo do Brasil fica entre os 12 melhores do mundo em torneio francês | Foto: Débora Pereira/Revista Profiss
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O Mundial de Queijos e Produtos Lácteos de Tours, renomado como o principal evento internacional dedicado ao queijo na França, concedeu ao Brasil um total de 81 medalhas na edição deste ano, que se encerrou em 12 de setembro. A premiação incluiu 17 medalhas de ouro, 23 de prata e 41 de bronze. Em comparação com a edição anterior, realizada em 2021, o Brasil demonstrou um avanço considerável, conquistando 57 medalhas naquela ocasião. Esse prestigiado concurso acontece a cada dois anos em Tours, localizado no Vale do Loire.

No evento, foram avaliados um total de 1.640 queijos provenientes de diversos países, sendo 288 deles apresentados por 91 produtores brasileiros de estados como Minas Gerais, Bahia, Pará, Ceará, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Das 17 medalhas de ouro, dez foram conquistadas por produtores de Minas Gerais.

Dentre os queijos medalhistas ouro, o concurso selecionou ainda os 12 melhores do mundo na categoria Super Ouro. Destaque para o único produto não europeu, que ficou em sétimo lugar: o Caprinus do Lago, produzido por Fabrício Le Draper Vieira, no Capril do Lago, em Valença, município da região sul do estado do Rio de Janeiro. A França ficou com 10 dessas medalhas e a Suíça com uma. 

Em entrevista, o produtor fluminense revelou que essa foi a primeira vez que ganhou ouro em um concurso mundial de queijo fora do país. Os produtos dele ganharam também uma medalha de bronze para o queijo de vaca com páprica na capa chamado Destino – nome do vilarejo onde seu pai nasceu.

O Caprinus do Lago é um queijo de massa prensada, semicozida, feito com leite cru de cabra. Vieira conta que a fila de espera para comprar o produto tem mais de mil pessoas e que o prazo de espera costuma chegar a um ano. “A gente não esperava tamanha repercussão”. 

“Leva um ano para ficar pronto. E todos os dias, a gente tem que virar e escovar ele. São necessários 17 litros de leite para fazer um quilo de queijo. A produção desse queijo é feita duas vezes por semana, embora ele leve um ano para ficar pronto. A gente faz um queijo de cinco quilos”. 

Mesmo com tanta procura, ele não pretende aumentar a produção, mas sim manter a qualidade do produto. “Quero que seja um produto exclusivo, do tipo prêmio, que a pessoa vai ter que esperar para poder provar”. Outro detalhe é que ele não vende o queijo inteiro de cinco quilos para uma pessoa só. “Eu prefiro mandar um pedaço para 20 pessoas do que um inteiro para uma pessoa só”.

Fabrício Le Draper Vieira tem feito degustação do queijo Super Ouro no bistrô que mantém no Capril. “Se a pessoa for lá almoçar ou jantar com a gente, eu permito uma degustação do queijo. Mas só lá. É uma forma também de monetizar um pouco e viabilizar o projeto que ainda não é autossustentável. É um projeto de investimento, porque eu faço queijo da pandemia (da covid-19) para cá. Tem pouco tempo. Eu vivo da odontologia. Sou dentista”.

MELHOR QUEIJISTA

Outro ponto de destaque em Tours foi a presença de Marina Cavechia, uma empreendedora brasileira e proprietária de um bar especializado em queijos localizado na capital do país. Em 2022, Marina foi eleita a melhor queijista do Brasil, o que a levou a ser escolhida para representar o país e competir na etapa global do concurso. Contudo, o título de melhor queijista do mundo foi conquistado pelo francês Vincent Philippe.

Marina Cavechia representou o Brasil na disputa de melhor queijista do mundo - Foto divulgação/arquivo pessoal 

Apesar do resultado, Marina disse que a experiência foi muito rica. Ela competiu com outras 15 pessoas do mundo inteiro e se preparou durante seis meses no Brasil e um mês antes do concurso, na França, onde trabalhou com pessoas que ganharam a competição há alguns anos.  

“Foi a coisa mais difícil que eu já fiz até hoje. Foram as nove horas mais difíceis da minha vida em termos de trabalho. Mais difícil que o primeiro emprego, mais difícil que o vestibular”. 

Para Marina, a disputa não é vencida somente pela técnica e, assim como Fabrício Vieira, ela conta que a paixão pela atividade tem grande peso. “De alguma forma, eles vão pesando isso, a paixão e o respeito por esse universo e pelo produto”. 

(Com informações da Agência Brasil)

 



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