Rainha Trans pode ter candidatura impugnada em Teresina

O coletivo argumenta que Dani não atende às exigências do edital por não ter vivência como transexual

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A candidatura da Rainha Trans do Carnaval de Teresina 2019 pode ser impugnada. O Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis (GPTras) entrou com processo junto à Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FCMC) pedindo a impugnação da candidata eleita, Dani Venturini, coroada na última sexta-feira (01/02). O coletivo argumenta que Dani não atende às exigências do edital por não ter vivência como transexual A coordenadora do GPTrans, Leonna Osternes, explica que o edital é explícito com relação aos requisitos necessários para se candidatar.

O documento foi protocolado e está em posse do Conselho Municipal LGBT da Prefeitura de Teresina. A instituição pluripartidária, que atua na defesa e promoção dos direitos da comunidade Lésbicas, Gay, Bissexuais e Transexuais (LGBT) na cidade, ressalta que a identidade de gênero da candidata deve ser respeitada.  O diretor do conselho LGBT, Anderson Afeli, 33 anos, se pronunciou a respeito do caso.

 "O Grupo GPTrans, que também atua no conselho LGBT e faz parte da mesa-diretora, não acompanhou todo o procedimento de elaboração e andamento do edital e das inscrições", explica. 

Para Anderson, as normas do edital foram seguidas pelas candidatas, e disse que se houvesse uma desventura, Dani teria sua inscrição vetada no próprio dia da inscrição. "Se a Dani tem plena consciência do edital, se ela leu, assinou e está disposta a participar do concurso, a comissão a julgou apta. Só quem pode responder pela orientação sexual é a própria candidata", observou. 

Rainha Trans com Rei e Rainha do Carnaval 2019 - Crédito: Leo Vilari

Para o Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis (GPTrans), a candidata escolhida não seguiu  as recomendações do edital, pois o concurso é voltado para pessoas que tenham vivências diárias de transexual ou travesti. A coordenadora do GPTrans, Leonna Osternes, questiona a escolha, pois afirma que Dani tem uma vivência masculina no dia a dia e se traja como homem.

"A candidata, não tem receio de ser chamada pelo nome masculino, diferente de uma transexual ou travesti. Nós, que sabemos a vivência dessa pessoa que foi eleita rainha trans, estamos indignadas, porque ela não tem uma vivência de travesti e nem de transexual. Ela é transgênero e no edital não contempla nem os transgêneros nem os gays, já que eles têm o espaço no concurso da rainha gay do Carnaval", disse.

Nesta quarta-feira (06), o conselho LGBT realizará pela manhã, uma audiência na sede da instituição entre as partes envolvidas para que entrem em acordo. O diretor afirmou ainda que "atuaremos para que essa situação não se repita no ano que vem".

O Jornal MN entrou em contato com a assessoria da FCMC que explicou que a PMT é responsável apenas pela realização dos concursos de Carnaval. Sobre as acusações à candidatura da Rainha Trans do Carnaval, Dani Venturini, a fundação aguarda o posicionamento do processo no Conselho LGBT de Teresina e que até quarta-feira (06) divulgará o parecer do caso. A reportagem também tentou contato com a candidata escolhida Rainha Trans de Teresina 2019, Dani Venturini, mas as ligações não foram atendidas.



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