O acesso à água é essencial para a vida humana. Seja para a matar a sede em um calor que supera os 40ºC, ou mesmo para a higiene, fundamental neste período de pandemia, esse é o recurso natural imprescindível à vida. Nos últimos anos mais de 32 mil pessoas foram beneficiadas com o acesso ao líquido após regularizações junto à Prefeitura Municipal de Teresina.
No total, já foram implantadas 78 km de rede regular de abastecimento, o que permitiu a implantação de hidrômetros e a retirada de gambiarras. O valor investido foi R$ 20.695.520, beneficiando as regiões do Parque Vitória, Dilma Rousseff, Parque Eliane, Padre Humberto, Leonel Brizola, Terra Prometida, Dandara dos Cocais, Vila Nova Esperança, Residencial Ananias Carvalho, Vila Nova Conquista I e II.
Isso confere saúde e dignidade às famílias atendidas, uma vez que passam a ter abastecimento regular de água tratada. Essas melhorias também têm reflexo na valorização dos imóveis. O acesso à água torna essas famílias clientes atendidos pela concessionária de forma regular, com direitos e deveres.
Outra coisa simples que muitas dessas famílias não tinham: como comprovar a própria moradia. São famílias que, por meio das faturas, passam a contar pela primeira vez com comprovante de endereço, documento exigido em financiamentos e outras transações no comércio e mercado econômico.
A iniciativa conferiu à Aegea, do grupo que compete à Águas de Teresina, o Prêmio Cases de Sucesso em Água e Saneamento (ODS 6) 2019, da Rede Brasil do Pacto Global, da Organização da Nações Unidas (ONU).
“Aqui antes era lata d’água na cabeça”
Kleber Nascimento é líder comunitário da região do Ananias Carvalho, zona Sudeste de Teresina. Ele conta um pouco do início da ocupação. “Aqui era uma área institucional do município que foi cedida a uma igreja, então invadimos a área porque não fizeram nada. Aqui surgiu há cinco anos, em 16 de outubro de 2015. Tivemos uma luta judicial, levando o questionamento para o prefeito”, lembra.
O abastecimento d’água na região era por meio de gambiarras de muita lata na cabeça. “Nós compramos 800 metros de cabos e trouxemos do Alto da Ressurreição. Mas aí foi aumentando a quantidade de gente e ficamos sem água. Mas agora todo mundo tem em casa. O pessoal vinha com lata na cabeça para pegar água em regiões vizinhas. A encanação daqui era de 25 mm, então era muito pouca a vazante. Agora tá bom demais e vai ficar ainda melhor quando terminarem tudo”, acrescenta.
Acesso à água é cidadania
Diogo Freitas, gerente de serviços da Águas de Teresina, afirma que a concessionária só pode trabalhar em áreas judicialmente demarcadas. “Nós temos a responsabilidade do abastecimento da zona Urbana de Teresina, com regularização fundiária, claro. Algumas áreas de ocupação não tinham abastecimento e nem autorização necessária para que pudéssemos implantar as ligações. Então iniciamos em 2018 com o Parque Vitória, na zona Sul, e no Dilma Rousseff, na zona Norte”, lembra.
O trabalho foi crescendo e logo abraçou outras localidades. “Continuamos em 2019 com mais três áreas. E em 2020 foram cinco áreas entregues, finalizando no Ananias Carvalho. São 110 famílias localizadas lá. Foram obras em toda a cidade”, acrescenta.
O acesso à água permite vários benefícios para os moradores. “Antes da regularização haviam gambiarras, expostos a uma série de riscos. Contaminações, desperdício, enfim. Aquela cena de lata d’água na cabeça. Agora com a regularização eles têm dignidade e saúde, de forma ininterrupta. Hoje isso valoriza o imóvel deles e eles têm um comprovante de residência. É cidadania e dignidade”, considera Diogo Freitas.
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