Repressão militar não impede expansão do narcotráfico no México

Segundo relatório, cartéis mexicanos expandiram controle sobre toda a cadeia de suprimento de drogas

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 A repressão ao tráfico de drogas no México com o uso das Forças Armadas não tem sido suficiente para conter a expansão dos cartéis mexicanos do narcotráfico, segundo afirma um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado nesta quarta-feira (24).

De acordo com o documento da Junta Internacional Fiscalizadora de Entorpecentes (Jife), apesar do impacto pontual da repressão sobre o tráfico no México, os grupos criminosos organizados mexicanos expandiram seu controle sobre as operações de tráfico de drogas em todo o continente.

"Os cartéis da droga mexicanos expandiram seu controle para cobrir toda a cadeia de suprimento de drogas ilícitas, do embarque na América do Sul à distribuição nos Estados Unidos", diz o relatório.

Segundo a organização, as gangues que controlam a venda de drogas no varejo nas ruas dos Estados Unidos têm cada vez mais ligações com cartéis mexicanos e asiáticos. Estima-se que cerca de 90% da cocaína vendida nos Estados Unidos, o maior mercado consumidor da droga no mundo, chega através do México.

A ampliação dos negócios dos cartéis mexicanos inclui ainda, segundo a ONU, o cultivo de papoula para a fabricação de heroína, a produção de drogas sintéticas, como o ecstasy, e o controle de cultivos de maconha em território americano.

Exército

Os problemas com as drogas e a violência relacionada ao tráfico levaram o governo mexicano a empregar tropas do Exército para o combate ao narcotráfico. Os Estados Unidos contribuem com US$ 720 milhões anuais para a chamada "Iniciativa Mérida", plano mexicano de combate ao narcotráfico que tem sido comparado com o "Plano Colômbia", adotado nos final dos anos 1990 no país andino.

Atualmente há cerca de 45 mil militares mexicanos envolvidos na luta contra as drogas, principalmente nos Estados ao norte do país, próximos à fronteira com os Estados Unidos. Mas, segundo o relatório da Jife, o uso do Exército no combate ao narcotráfico também não conseguiu conter a violência interna relacionada às drogas.

A organização observa que as mortes relacionadas ao narcotráfico dobraram no país entre 2007 e 2008. Muitos comparam a situação mexicana com a do Brasil, por causa da violência ligada ao narcotráfico e por ambos estarem na rota do tráfico internacional. No Brasil também existem defensores da utilização das Forças Armadas no combate ao tráfico.



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