RS revisa dados e diz que 232 pessoas morreram em boate; alvará estava vencido

Boate recebia festa de estudantes da Universidade Federal de Santa Maria.

Tragédia no RS matou 232 pessoas | Reprodução
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O alvará de funcionamento da boate Kiss, que pegou fogo na madrugada deste domingo (27) e deixou pelo menos 232 mortos, em Santa Maria (RS), estava vencido desde agosto do ano passado, segundo comandante do Corpo de Bombeiros da Região Central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs. Ele disse que o documento serve para atestar as condições de prevenção e combate a incêndios.

"Está vencido desde agosto. O alvará é necessário para o funcionamento da casa na sua normalidade", disse o tenente-coronel.

Mais cedo, a Brigada Militar havia dito que eram 245 os mortos na tragédia, mas o número foi revisto no início da tarde.

O resgate dos corpos no local da tragédia foi concluído no final da manhã. Outras 131 pessoas ficaram feridas e foram levadas para atendimento em hospitais da região.

Segundo informações preliminares, o fogo teria começado por volta das 2h30, depois que o vocalista da banda que se apresentava teria feito uma espécie de show pirotécnico, usando sinalizador.

As faíscas teriam atingido a espuma do isolamento acústico no teto da boate e iniciado o fogo, que se espalhou em poucos minutos.

O incêndio provocou pânico entre os presentes, e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência.

A polícia e o Corpo de Bombeiros ainda trabalham no local em busca de mais informações sobre as circunstâncias da tragédia.

Uma força-tarefa está sendo feita para identificar os corpos. Às 13 horas deste domingo, 229 corpos haviam sido colocados um ao lado do outro para a identificação, segundo a delegada Elisabeth Shimomura.

Os corpos das vítimas foram levados ao Centro Desportivo Municipal de Santa Maria. Aos poucos, os familiares estão sendo liberados em grupos para reconhecer as vítimas. Muitas pessoas que estão recebendo a notícia têm se desesperado, precisando de atendimento psicológico e médico no local.

O número de pessoas que estavam na boate ainda não foi confirmado. A festa reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de Pedagogia, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e dois cursos técnicos.

Elisabeth Shimomura disse, em entrevista à GloboNews, que a prioridade é identificar corpos e contar o número total de vítimas. A investigação vai ficar a cargo da 1ª Delegacia de Polícia de Santa Maria. Testemunhas já estão sendo ouvidas.

O Ministério da Justiça ofereceu a Força Nacional para auxiliar no trabalho. Peritos da Polícia Federal poderão ajudar a avaliar o local e atribuir responsabilidades pelo incêndio.

Coronel Guido, comandante do Corpo de Bombeiros, disse que algumas pessoas presentes na festa relataram que seguranças da boate trancaram a porta de saída durante o incêndio. "Vi as pessoas amontoadas e mortas perto da saída", disse o coronel.

"A maioria das pessoas acaba morrendo por asfixia, inalação da fumaça tóxica. Queimados mesmo ali foram poucos. O que matou foi o pânico, a inalação da fumaça tóxica e a dificuldade em sair".

Segundo Rodrigo Moura, um dos seguranças da boate, vigilantes tentaram pegar extintor de incêndio, mas o fogo logo tomou conta do local rapidamente. Ele disse que Começou então um pisoteamento e que só algumas pessoas puderam ser resgatadas. "Alguns colegas de trabalho faleceram também. Só quem estava ali viu, (foi um) filme de terror", afirmou.



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