Roubo de combustível triplica em 2 anos e gera milhões em prejuízo

Foram criados núcleos específicos para cada etapa do crime

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O caminhão-tanque chega escoltado por homens fortemente armados em uma área próxima a um manguezal na Baixada Fluminense. É madrugada e os faróis são direcionados a uma espécie de torneira fixada a um duto. Sob a luz, os homens conectam a válvula à mangueira de sucção do caminhão-tanque, abastecendo-o com combustível roubado. 

Nos últimos três anos, ações de quadrilhas especializadas em furtar óleo bruto e derivados diretamente de oleodutos aumentou 262% no país. Os cofres atingidos por perdas milionárias são os da Transpetro, subsidiária da Petrobras que opera uma malha com mais de 7.500 quilômetros de dutos.

Investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro revelam o envolvimento de quadrilhas no esquema ilegal que conta com refinarias para tratar o petróleo roubado.

Além dos prejuízos financeiros, as ações geram danos ao meio ambiente - como o vazamento de óleo que atingiu manguezais e parte da Baía de Guanabara, em dezembro passado, em Magé - e colocam em risco a vida de quem mora próximo às áreas cortadas pelos oleodutos. 

De acordo com a promotora Simone Sibílio, do Gaeco, a perfuração de oleodutos para furtar combustíveis em países como Nigéria e México já resultaram em graves acidentes, com explosões e mortes. Em Duque de Caxias (RJ), município da Baixada Fluminense, favelas foram erguidas próximas à rede de oleodutos que abastece a Reduc, principal refinaria da Petrobras na Região Sudeste. 

Núcleos específicos para cada etapa do crime 

A promotora Simone, do Gaeco, acrescenta que nos últimos dois anos as quadrilhas passaram a atuar com um alto grau de organização e sofisticação. A atividade ilegal desenvolvida pelas organizações criminosas tem núcleos específicos para cada etapa da operação: perfuração dos dutos, transporte em caminhões tanque, refino e revenda em postos de combustíveis. 

A reportagem teve acesso a um relatório elaborado pelo Disque-Denúncia com base em relatos sobre a ação desses grupos criminosos na Baixada Fluminense.

Nos últimos dois anos, Caxias ocupou o topo no ranking de denúncias sobre casos de furtos de combustíveis (110 denúncias), além da existência de depósitos clandestinos (51 denúncias) usados pelos paramilitares para armazenar e distribuir o produto roubado.



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