Saiba como atuava o maior contrabandista de armas da América do Sul, alvo de operação da PF

Cerca de 43 mil armas foram contrabandeadas, principalmente as facções Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital.

Argentino Diego Hernan Dirísio, é o principal alvo da operação da Polícia Federal | Divulgação
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O argentino Diego Hernan Dirísio, principal alvo da operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira (5), comprava armas fabricadas em países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia, para revender a criminosos brasileiros. Ele é apontado como o maior contrabandista de armas da América do Sul e, segundo apuração do blog da colunista Andréia Sadi, fugiu e não foi encontrado pela PF.

Cerca de 43 mil armas foram contrabandeadas, principalmente as facções Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital. Os principais armamentos contrabandeados eram pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições. O esquema movimentava R$ 1,2 bilhão. Após a compra dos europeus, as armas eram vendidas para criminosos brasileiros.

O esquema envolvia também doleiros e empresas de fachada no Paraguai e nos EUA. A polícia de ambos os países participaram nesta terça do cumprimento das ordens judiciais expedidas pela Justiça Federal da Bahia — que, por sua vez, determinou que todos os alvos foram da prisão sejam incluídos na Difusão Vermelha da Interpol.

A lista inclui nomes de pessoas que podem ser presas em países estrangeiros, quando o mandado de prisão foi expedido por uma autoridade brasileira.

Segundo as investigações, o argentino Dirísio vendia as armas por meio de sua empresa IAS, com sede no Paraguai.

"Ele é o dono da empresa, que coordena todas as atuações da empresa, fazia as tratativas diretas para a venda e revenda com ciência de que essas armas deveriam ser raspadas e destinadas ao crime organizado. Isso foi provado na investigação e essa foi a maior dificuldade no início da operação", disse o superintendente da PF, Flávio Albergaria. "Ele era o comandante da principal empresa importadora de armas da Europa. Esse era o papel dele e nós estamos tentando localizá-lo no Paraguai."

Segundo a PF, de novembro de 2019 a maio de 2022, a empresa IAS importou 7.720 pistolas de um fabricante na Croácia.

A investigação também aponta a compra e venda de 2.056 fuzis produzidos na República Tcheca e mais de cinco mil rifles, pistolas e revólveres de fabricantes na Turquia. Ao menos 1.200 pistolas também foram importadas de uma fábrica na Eslovênia: um total de 16.669 armas.

Militares paraguaios

A colunista Camila Bomfim teve acesso a um trecho da investigação que aponta indícios de corrupção de militares paraguaios responsáveis por fiscalizar o comércio de armas. O inquérito lista os participantes que, segundo os indícios, receberam propina:

general Jorge Antonio Orue Roa, ex-diretor da Dimabel no período em que a empresa IAS realizou muitas importações que teriam como destino o Brasil);

coronel Bienvenido Fretes, encarregado do departamento de Registro Nacional de Armas (Renal) da Dimabel;

tenente Cinthia Maria Turro Braga, encarregada de estar à frente da parte de Assessoria Jurídica do Registro Nacional de Armas (Renar) da Dimabel; 

capitã Josefina Cuevas Galeano, que estaria na função de Chefe de Importações.

Início da investigação

A investigação começou em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. As armas estavam com o número de série raspado, mas, por meio de perícia, a PF conseguiu obter as informações e avançar na investigação.

Neste período foram realizadas 67 apreensões que totalizam 659 armas apreendidas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará.

Com informações do g1.



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