Seca e poluição fazem peixes sumirem do rio Poti em Teresina

Seca e poluição fazem peixes sumirem do rio Poti em Teresina

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Pescadores | Reprodução
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A poluição e a falta de chuvas que têm deixado rios em Teresina cada vez mais secos ainda estão prejudicando os pescadores que dependem da pesca para sobreviver, muitos ainda estão indo para locais distantes atrás de peixe ou mesmo procurando outra ocupação.

A situação dos afluentes também está prejudicando os restaurantes localizados nos pontos turísticos do rio Poti, pois são obrigados a importar os peixes de outras cidades e estados para servir no estabelecimento.

O empresário Edivaldo Robert Filho possui um restaurante localizado às margens do rio Poti, no bairro Poti Velho, onde costuma ser visitado por turistas que pedem os pescados locais, mas há anos a culinária do estabelecimento é feita com mais de 90% de peixes de fora do Estado.

“Por conta da escassez de peixe aqui no rio, importamos de outros estados como Pará. Fazemos isso há anos e acaba saindo mais caro, pois o investimento tem que ser maior e acaba pesando no bolso de todos”, explica.

Edivaldo ainda revela que sai menos caro comprar peixe de fora do que Teresina, pois devido a pouca quantidade de oferta eleva o preço dos pescados locais.

“Por exemplo, o quilo do surubim que compramos em Belém está na faixa de R$ 16, aqui os pescadores vendem o mesmo por R$ 22. Eles elevam o preço por ser mais difícil de conseguir, agora que está melhorando um pouco por conta dos criatórios de peixes”, conta.

A poluição do rio Poti é nitidamente percebida pelos ribeirinhos, o pescador Luiz Rodrigues lembra que o rio começou a mudar de coloração há cerca de 10 anos, além do volume de água que tem diminuído.

“Antigamente o rio Poti era mais limpo, hoje ele ficou esverdeado, com um mau cheiro por conta do esgoto que jogam aqui, além disso ele era bem mais cheio, chegava a cobrir esse local onde eu estou sentado. Dificilmente encontro algum peixe grande, só consigo alguns pequenos. Acho que não demora muito para esse rio acabar”, relata o senhor.

O Sindicato dos Pescadores de Teresina afirma que cerca de 70% dos pescadores vivem exclusivamente da atividade pesqueira para sustentar suas famílias.

“Os rios estão mais secos e a água poluída, os peixes grandes estão sumindo, os que restam são aqueles menores que mal dá para o consumo, a situação está preocupante”, afirma o presidente do sindicato, Francisco José de Aquino.

Ainda de acordo com o presidente, os mais de 1.400 associados têm buscado alternativas para conseguir pagar as contas no final do mês, como ir para o sul do Estado, onde existe maior quantidade de peixes. “Quem não pode ir viajar para trabalhar está querendo mudar de profissão, muitos estão buscando outra ocupação para conseguir se manter.

Os bancos não estão mais fazendo empréstimo para os pescadores, pois não conseguiram pagar o débito que fizeram em 2013 para conseguir manter a família”, revela.



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