Sem saco plástico, morte de garota de 11 anos segue em mistério há meses

A menina morreu no dia oito de março no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O drama da família de Thaiza Michele Silva Casseres, de 11 anos, já dura sete meses e a morte da criança ainda é um mistério. A menina morreu no dia oito de março no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, e o corpo foi levado ao Instituto Médico Legal de Campo Grande. No entanto, dois exames (toxicológico e sorológico) não foram feitos por falta de recipientes na unidade da Polícia Civil. No laudo da necropsia, o perito afirmou que o sangue e as vísceras da vítima não foram colhidos porque "não havia vidro nem saco plástico apropriados".

"Ninguém morre de susto. A família quer saber o que aconteceu", reclamou Maria Rodrigues Silva, mãe da criança. Três dias antes de morrer, Thaiza foi atendida no Hospital Pedro II com febre. No dia 8 de março, a menina deu entrada na Clínica da Família Sérgio Arouca, em Santa Cruz, com febre e dor de cabeça. Na unidade, ela vomitou sangue e a suspeita de dengue foi levantada. Thaiza recebeu soro com plasil e dipirona e voltou para casa. À noite, foi levada ao Hospital Pedro II, mas morreu antes de ser atendida.

O inquérito sobre a morte repentina está até hoje na delegacia de Santa Cruz, onde o caso foi registrado. "A gente quer saber por que a menina morreu. Ela tinha muita saúde, muita vida pela frente. O sentimento é de impotência", lamentou Ailza Cassares Guimarães, madrinha da Thaiza. No laudo do Instituto Médico Legal, emitido no dia 15 de março, a causa da morte não foi revelada. "Depende de exames complementares", afirmou o perito que analisou o corpo.

O caso é muito grave e espanta, afirma perito

Perito e professor da Unicamp, Ricardo Molina ficou surpreso com o caso. "O que mais espanta é que o material não foi colhido porque não havia recipiente. O saco plástico e o vidro esterilizados são comprados até em farmácia", explicou. "O exame poderia revelar se a pessoa tomou algum tipo de veneno, se foi intoxicada por um tipo de produto. Se ela morreu de dengue, certamente os exames toxicológico e sorológico dariam resposta definitiva sobre isso", completou.

A Polícia Civil informou, em nota, que não tem informações de falta de recipientes apropriados para coleta de material no Instituto Médico Legal de Campo Grande. De acordo com a instituição, exames complementares ainda vão ser feitos no IML do Centro do Rio e o resultado será encaminhado, na semana que vem, à unidade da Zona Oeste para a conclusão da causa da morte. A Polícia Civil não explicou, no entanto, por que o caso não foi solucionado após sete meses.

Leia a nota da Polícia Civil:

"Os exames histopatológicos das vísceras de Thaiza Michele Silva Casseres, de 11 anos (exames complementares) serão realizados no IML/Centro que encaminha, na próxima semana, o resultado para a perícia do IML/Campo Grande, para a conclusão do laudo da causa mortis. Não há informações de falta de material apropriado para a coleta de material para necropsia no IML/Campo Grande".



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES