Sirene da Vale toca em Belo Horizonte e causa pânico em moradores

A desinformação mesmo entre autoridades é visível.

| Gladyston Rodrigues
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O Centro de São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido como Macacos, distrito de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, virou cenário para a expressão do medo e desespero de moradores e turistas que transitam pelo local. A desinformação mesmo entre autoridades é a tônica, levando angústia para as pessoas.

Na manhã deste domingo, o principal acesso ao distrito, pela rodovia BR-356, estava fechado, depois que a sirene soou o alarme de uma barragem da Vale próxima ao distrito, no sábado à noite. As estradas mais acessíveis a Macacos são agora pelo condomínio do Engenho ou por Pasárgada. 

Mas as vias até o centro da comunidade continuavam abertas até as 9h40 de hoje, quando a Polícia Militar fechou também as ruas do Centro. Agora o fluxo é apenas no sentido de quem vai deixar a comunidade, sendo proibido entrar.

Crédito: Gladyston Rodrigues

Área de risco

Janete Atanásio, de 48 anos,  chegou a passar mal, precisando ser amparada por moradores e policiais militares. "Moro bem embaixo, na área de risco. A noite foi um inferno. Vim para o centro para ter informações, mas senti fraqueza, tontura e ficou tudo preto", disse, antes de desmaiar e ser socorrida pelas pessoas e policiais militares.

Wedson da Silva Gonçalves, de 35 anos, microempresário, tem um bar e um estacionamento, mora em Macacos com a esposa e duas filhas, de cinco e três anos. 

"Hoje seria um dia de grande movimento, os dias que valem são os fins de semana. Mas ontem ( sábado) foi morto e hoje também, fora a gente estar ilhado, sem resposta de quando a situação vai voltar ao normal. Minhas filhas  passaram a noite com medo, perguntando: papai, para onde nós vamos? Porque viram todo mundo ir embora, aquela confusão de todo mundo fugindo com medo. Eu falava que não estamos em área de risco e que vai ficar tudo bem, mas não sei, fico me lembrando das imagens de Brumadinho e Mariana que não saem da nossa cabeça", contou o microempresário.

Crédito: Gladyston Rodrigues

Prejuízo

Nagib Catarino da Costa, 43 anos, subgerente  há 20 anos no  Restaurante Acervo da  Carne, conta que  hoje seria um dia, mesmo que com chuva, com clientela garantida e estimada em torno de 250 pessoas. Entretanto, ele calculou que  o movimento hoje caminha para o fracasso.

"Estou justamente no lugar de onde vem a lama, pelo Ribeirão dos Macacos. O rio passa bem na nossa frente, se romper mata todo mundo aqui no caminho", destacou.

Microônibus

A Vale disponibilizou microônibus para evacuar as pessoas, mas os veículos não estão conseguindo passar pelas ruas estreitas em meio ao fluxo de carros  que também tenta evacuar a área.

Apesar do esforço, a iniciativa da Vale tem criado ainda mais congestionamento. Os microônibus têm placas de acesso garantido por autorização da  Defesa Civil (Cedec-MG).

Crédito: Gladyston Rodrigues



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