Sobras da natureza transformadas em peças decorativas e utilitárias

Mauro Lima utiliza sobras de rochas e vegetação, para suas peças

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Sensibilidade e criatividade fizeram toda a diferença, na vida do guia de turismo, Mauro Lima, que trabalha do Museu do Homem Americano, na Serra da Capivara, localizado no município piauiense de São Raimundo Nonato. A partir de janeiro de 2018 ele viu nas sobras de materiais de marmorarias e da vegetação local, a matéria prima para confeccionar peças que pudessem imitar com perfeição, as peças expostas no Museu local.

Ele relata que um dia estava no Museu do Homem Americano, observando as peças encontradas nas escavações arqueológicas, como por exemplo, a machadinha e a ponta de lança, que são artefatos encontrados nas escavações e foram usadas pelos povos Gé, que viviam na região. Esse povo, segundo ele, foi embora para a região Sudeste e usavam essas peças, como defesa pessoal.

A partir daí, Mauro Lima passou a pensar em como as as pessoas poderiam ter essas peças em casa, para ornamentar suas paredes, e também os colecionadores, que gostam de ter artefatos encontrados. E, pelo fato de as pessoas não puderem ter artefatos arqueológicos, em suas casas e nem tão pouco comercializá-las, ele começou a polir restos de rochas.

"Comecei a pegar sobras de material das marmorarias, como o granito e o mármore, e também comecei a coletar algumas rochas naturais, como a quartzito, o óxido de ferro hematita. E em casa, montei uma oficina e comecei a fazer as pontas de lança, para usar como colar. Inclusive as pontas de lanças feitas com a hematita, fazem muito bem para a áurea das pessoas.

Também comecei a polir e vender para colecionadores e pessoas que tinham vontade de ter em casa, um cantinho voltado para a Pré-Histótia. Hoje, esses artefatos são os que mais representam a história da região e parecem com as escavações arqueológicas da região do Parque Nacional Serra da Capivara", descreve.

O guia turístico diz ainda que as peças são confeccionadas nos seus horários, de folga, e que esse trabalho tem proporcionado a ele, não só no que se refere a questão econômica, com a vendas das peças, mas que lhe serve também para desopilar. "Me sinto muito bem, porque além de ser uma maneira de ganhar dinheiro, é uma terapia e eu costumo vendê-las, para os turistas que vistam a Serra da Capivara. Já vendi também para outras pessoas, no Brasil inteiro e que ficaram sabendo através da internet. Eles fazem o pedido e eu envio pelos Correios".

Mauro Lima explica que a machadinha, por exemplo, ainda é usada em algumas tribos indígenas, como símbolo da sabedoria, sendo usada em festas, por pessoas mais experientes. Segundo ele, Kuerê quer dizer: o melhor cantor, a pessoa que vai puxar o ritual e que vai cantar, na festa, é quem quem usa a machadinha.

"A machadinha é um símbolo de respeito, de sabedoria e usada por pessoas mais experiente. Ela não é mais usada para batalhas", enfatiza. Ele diz que para confeccionar o cabo das machadinhas, ele utiliza

madeira, retirada de local desmatado e onde, obviamente, a madeira já está morta. Ele também usa em suas peças fibras naturais de uma vegetação da região, que são as bromélias, também conhecidas como caruás.



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