SP: Jovem é vítima de ataque racista em supermercado; vídeo!

Isabelle afirma que escutou ofensas racistas de outro cliente, mas que nenhum funcionário fez nada para intervir. Caso ocorreu em Praia Grande, no litoral de São Paulo.

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A esteticista Isabella Vecchini, de 20 anos, sofreu ataques racistas enquanto estava em uma fila de um supermercado em Praia Grande, litoral paulista. Nas redes sociais, a jovem denunciou o ocorrido e publicou um vídeo que mostra o momento em que ela fala que a atitude do cliente foi racista. O homem ainda faz gestos obscenos para Isabella.

Na postagem, além de relatar ter sido atacada com palavras de cunho racista, ela afirma que ficou revoltada porque nenhum funcionário do supermercado fez nada para intervir.

Jovem denuncia que sofreu racismo em fila de supermercado (Foto: reprodução)

A esteticista relatou que estava na fila do caixa de um supermercado na Avenida Costa e Silva, no bairro Boqueirão, na última segunda-feira (17), quando, por volta das 11h40, um homem chegou querendo passar na sua frente.

Vídeo!

"Eu estava na fila com duas amigas, que inclusive são testemunhas do que aconteceu. Estávamos no intervalo do serviço, com um pouco de pressa, porque às 12h tínhamos que atender clientes. Fomos para outro caixa que estava mais vazio, e do nada chegou esse homem, alterado, reclamando que estava na fila já, e só tinha saído rapidinho. Aí, perguntei para outra moça que estava na frente se ele tinha saído e avisado a ela que voltaria. Ela disse que não, e nós [ela e o homem] discutimos", afirma.

Segundo a jovem, durante a discussão, ela disse ao homem que ela também tinha pressa de passar logo no caixa, e que ele não poderia entrar na frente delas na fila. "Em nenhum momento eu o ofendi, mas ele passou a me ofender, disse que, com meu cabelo, 'parece que saí do esgoto', e me chamou de 'incenso de macumba'. Minhas amigas falaram para ele que isso é racismo, e ele passou a soltar mais ofensas, mas não deu para entender todas", conta.

Esteticista Isabella (Foto: reprodução)

A esteticista afirma que, então, passou a gravá-lo com o celular, e que nesse momento o homem começou a fazer gestos obscenos, e mostrou o dedo do meio para ela. "O moço do caixa passou as compras do homem tranquilamente, em nenhum momento interviu, ou disse que ele estava errado, ou chamou o gerente. Literalmente, aceitou a situação, e se manteve neutro. Aí, o cara saiu e foi embora".

Isabella diz que, depois que o homem foi embora, pediu as imagens das câmeras de monitoramento ao mercado, para denunciar o rapaz que a ofendeu, mas elas foram negadas pelo estabelecimento, que informou que só poderia fornecê-las caso solicitadas pela polícia.

"É muito difícil ser negra na sociedade, mas é mais difícil ainda ser negra retinta, como sou. Quando acontece algo assim, primeiro vem o sentimento de relevar, pois nunca dá em nada essas denúncias. Depois, o sentimento de revolta, pelo tanto de gente que estava vendo e não pode ajudar ou intervir. E, também, o de culpa, porque parece que o mundo se vira contra você por querer denunciar. No dia, eu fiquei bem frustrada", lamenta.

Segundo a jovem, após postar o vídeo, muitas pessoas compartilharam e a apoiaram, mas ela também recebeu muitas mensagens de ódio, e algumas pessoas afirmaram que ela gravou o ocorrido apenas para ganhar atenção. "É chocante ainda ver que tem pessoas sugerindo isso. Quem quer ser vista por sofrer preconceito? Eu frequentava o mercado quase todos os dias, todos me conheciam, e ninguém interviu, continuaram seguindo suas vidas como se o que ele estava falando fosse normal", diz.

Posicionamentos

O supermercado Dia informou que está apurando o caso, e que não compactua com qualquer atitude desrespeitosa, primando por relações éticas com seus clientes, colaboradores e parceiros.

Além disso, a companhia afirma que investe constantemente na disseminação de seus valores e na melhoria dos seus processos para contínuo aperfeiçoamento das relações e atendimento ao público. Reforça, também, que está à disposição para qualquer esclarecimento.

Em nota, a Polícia Militar confirma que foi acionada para o atendimento da ocorrência, onde a vítima alegava ter sofrido o crime de racismo. Segundo a corporação, como o suspeito já não se encontrava no local, a vítima foi orientada a registrar boletim de ocorrência junto à Polícia Judiciária. A jovem informou que pretende registrar o boletim de ocorrência ainda nesta quarta. 



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