Google pode criar “big brother” com navegação de usuários

O advogado Guilherme Varella disse que a companhia de buscas pode fazer monitorar a navegação dos usuários

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

De acordo com ele, a padronização do sistema de privacidade, que agrega dezenas de serviços do Google, implica que será muito mais fácil para a companhia fazer uma espécie de "big brother" com o usuário que estiver logado no serviço. ?A unificação das políticas de privacidade dos diferente serviços da empresa significa a possibilidade de cruzamos de dados do consumidor?, argumentou o advogado.

Em audiência pública sobre a nova política de privacidade do Google realizada nesta quarta-feira (11) na Câmera dos Deputados, em Brasília, Guilherme Varella, advogado do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), disse que a companhia de buscas pode criar um sistema de monitoramento de navegação dos usuários, identificando o seu comportamento, preferências e atitudes na rede.

Sobre o fato de o Google guardar informações, Varella ainda colocou em dúvida a segurança dos dados de usuários dos serviços da companhia. ?Qual a garantia de que o usuário estará seguro sobre o que ele fornece à empresa se não existe uma lei sobre isso ou uma autoridade para garantir??. O advogado ainda criticou o fato de o Marco Civil da internet, conjunto de leis que regularia o assunto, ainda não ter sido aprovado.

Por outro lado, o Google, representado por Marcel Leonardi, diretor de políticas públicas e relações governamentais da companhia, informou que a companhia não vende informações. "O modelo de negócio Google não é vender dados de usuários", disse. Além disso, ele disse que o usuário pode optar em não ser monitorado. ?A escolha e o controle das informações podem ser feitas pelo usuário. Todos os dados estão disponíveis no painel de controle do Google.?

Durante a discussão, uma das conclusões dos participantes da audiência foi que era necessário haver uma educação dos usuários para a privacidade e que as empresas deveriam se esforçar. ?A linguagem é, em geral, inacessível ao consumidor?, reclamou Varella.

Outro ponto discutido relacionado ao Google é o fato de a companhia oferecer publicidade direcionada em função do conteúdo do usuário. Por exemplo, se um usuário trocou e-mails com um amigo sobre intercâmbio, é provável que o serviço Gmail passe a mostrar anúncios de empresas que atuam nesta área.

Os especialistas que discutiam o caso chamaram esse tipo de ação do Google de ?neuromarketing?. Segundo Danilo Doneta, do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), esse tipo de estratégia atinge o consumidor fora da linha de consciência, o que é proibido pelo Código de Defesa do Consumidor.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES