Cientistas criam enxerto de pele que pode diminuir pressão arterial

Descobertas abrem caminho para tratamentos simples contra pressão arterial

Pesquisas científicas | Reprodução
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Pesquisadores dos Estados Unidos e da Alemanha criaram um enxerto de pele capaz de reduzir a pressão arterial. Testada em camundongos, a técnica foi capaz de reduzir a pressão sanguínea dos animais e impediu que os roedores alimentados com uma dieta rica em sal desenvolvessem pressão alta. O trabalho está descrito no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.

A descoberta abre caminho para tratamentos mais simples e eficazes contra a pressão alta, que podem eliminar a necessidade de o paciente tomar vários remédios. A doença afeta uma em cada cinco pessoas e suas complicações podem causar enfarte e AVC (acidente vascular cerebral).

O enxerto foi criado usando um material equivalente à pele humana - o HSE -, obtido com base em uma matriz de colágeno, preenchida com células de tecido conjuntivo e recoberta com células de pele humana. Para o estudo, as células foram modificadas com a introdução de um gene extraído do músculo cardíaco. Esse gene produz uma substância - o peptídeo natriurético atrial, ou ANP - que naturalmente reduz a pressão.

Além de obter células de pele capazes de liberar ANP no organismo, os pesquisadores conseguiram estimular a produção da substância, induzindo a geração de quantidades maiores, por meio da aplicação, sobre o local do enxerto, de colchicina, um remédio normalmente usado no tratamento de gota.

- A colchicina garante que um número maior de células produzirá o ANP, diz um dos autores do trabalho, Jonathan Vogel, do Departamento de Dermatologia do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos.

Vogel explica que, caso a técnica chegue a ser adotada em humanos, um creme de colchicina, aplicado sobre o enxerto, poderia ser utilizado para controlar a quantidade de ANP liberada pelas células.

- Também não seria preciso usar drogas contra a rejeição do tecido enxertado. As células usadas seriam do próprio paciente, e os genes inseridos também são genes humanos comuns, o que não produziria uma resposta imunológica.

Vogel diz que é improvável que as células do enxerto venham a, por exemplo, se espalhar pelo restante da pele.

- Isso só aconteceria se o novo gene trouxesse uma grande vantagem de crescimento às células, mas nossos estudos não indicam que o ANP dê esse tipo de vantagem.

E, embora reconhecendo que o uso de vírus para modificar as células do enxerto possa abrir caminho para o desenvolvimento de tumores, o pesquisador diz que essa "probabilidade é muito baixa".

- Uma vantagem da terapia gênica por meio da pele é ser relativamente fácil a remoção dos enxertos se houver algum efeito adverso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo



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