Microsoft volta a atacar o Google por colocar publicidade em busca

A ofensiva, lançada há dez dias, incluiu anúncio de página inteira no “New York Times” na última semana e a criação de um site.

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A Microsoft lançou mais um round do duelo entre seu buscador Bing e o Google, acusando o rival de apresentar ao usuário, em buscas de produtos para comprar, links de empresas que paguem para serem anunciadas --e só.

Apesar da crítica a uma suposta subversão de princípios do Google, que começou pregando contra links pagos porque eles prejudicam o resultado das buscas, a prática do Bing é semelhante à do rival.

O mote da campanha é a decisão do Google, anunciada em maio, de transformar buscas de compras em oportunidades para anunciantes no Google Shopping, supostamente apresentado segundo critérios de relevância, na definição do site.

O pagamento pelas empresas listadas passou a contar para a exibição de resultados, mas não é o único critério, afirma o Google em um pequeno aviso ao pé da página: "O Google é compensado por estes comerciantes. O pagamento é um dos muitos fatores usados para ordenar resultados da pesquisa".

O leilão de espaço seria assim um impulso nas chances de aparecer, mas não uma garantia em si --a empresa afirma que seu algoritmo de busca tem 200 componentes.

O sistema, que também compara preços, terminou de ser implantado nos EUA em outubro e, em fevereiro de 2013, deve entrar no ar no Brasil, no Japão, na Austrália e em países europeus.

O Bing, porém, acusa o rival de listar quem paga mais.

A ofensiva, lançada há dez dias, incluiu anúncio de página inteira no "New York Times" na última semana e a criação do site Scroogled.com, no qual há declarações passadas dos fundadores do Google criticando a comercialização de espaço e vídeos apontando o mecanismo.

O nome "Scroogled", escrito nas letras coloridas que são a marca do adversário, é um misto do verbo "screw" (ferrar) com "Google" e uma alusão ao personagem natalino Scrooge, um avarento que prefere dinheiro a pessoas.

Em pesquisas feitas pela reportagem, os resultados no Google apareceram identificados como links patrocinados, mas foi preciso clicar no ícone de informação para ler que "algumas das empresas listadas na seção de compras podem compensar o Google".

Procurada pela Folha para explicar a listagem, a empresa se limitou a enviar um comunicado dizendo que o Google Shopping é "grande fonte para os consumidores acharem o que precisam".

O caso do Bing, entretanto, não é muito diferente. O site da Microsoft também oferece anúncios na ferramenta de compras e tampouco distingue links pagos.

Quando o quadro de compras apresentado nos resultados é aberto, o serviço de busca da Microsoft enfatiza que "pagamento não é um fator para ordenar os resultados" --o que analistas do setor questionam.

Em testes, os resultados de produtos nos dois sites foram majoritariamente diferentes. Os produtos listados antes pelo Bing eram mais baratos, mas os resultados do Google, mais precisos. O Google detém 66,9% do mercado de buscas; o Bing, apenas 16%.



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