Saiba mais! Facebook é diversão ou vício?

O Facebook é quase uma unanimidade entre os internautas, mas será que o costume de passar horas conectado ao site é normal?

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Facebook: quando o prazer acaba e o vício começa | Reprodução
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Gostar de acessar o Facebook é uma realidade crescente no Brasil. Não é para menos que em março deste ano a rede social anunciou o crescimento de mais de 180% no número de acessos no último ano. Quem possui uma conta, sempre que tem a oportunidade aproveita para dar uma bisbilhotada nas atualizações dos amigos, bater um papo e compartilhar fotos, textos entre outros arquivos interessantes.

No entanto, quando o desejo de estar conectado começa a atrapalhar o dia a dia da pessoa, é preciso ficar atento, pois o apego às redes sociais pode caracterizar um vício. Um estudo realizado pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Bergen, na Noruega, mostrou que os sintomas do vício em redes sociais são semelhantes aos da dependência química.

Passar muito tempo pensando no Facebook e no que vai publicar na rede, tentar parar de usar e não conseguir ou usar tanto o Facebook a ponto de atrapalhar seu trabalho e estudo são apenas alguns indícios de que o uso da rede social já se tornou um problema.

Maurício Rodrigues assume sua paixão pelo Facebook. Ele é um dos mais de 45 milhões de brasileiros ativos na rede social e acessa todos os dias. Ele admite que já foi chamado a atenção por amigos por estar conectado, situação que se agravou depois que comprou um celular com acesso à internet, pois o uso da rede social ficou ainda mais frequente.

?Geralmente, passo o dia inteiro conectado pelo celular. Durante o dia no trabalho, o Facebook fica ligado e nos horários que estou com tempo sempre dou uma olhadinha. E quando não estou na sala de trabalho ou na internet pelo computador, o celular sempre avisa junto, daí estou sempre olhando as notificações, convites, mensagens, etc?, conta.

Apesar de não se desconectar do Facebook, ele garante que nunca deixou de fazer coisas importantes para ficar na rede social. ?O Facebook é uma distração, quando não se tem nada importante a se fazer. Hoje até evito ficar com o celular quando saio com amigos, pra dar atenção maior. O fato de morar só acho que influencia. Fico no Facebook para não me sentir só. Pelo menos no Facebook estou falando com os amigos, me distraindo, para não ficar pensando besteira?, completa.

Para a psicóloga Denisdéia Sotero, alguns cuidados devem ser tomados para a vontade não se tornar vício. ?Quando perceber que já se tornou um vício, você deve buscar um autocontrole. Procurar acessar apenas quando houver necessidade, limilar horários, não permanecer muito tempo conectado, não deixar as atividades importantes para acessar o Facebook?, explica. Envolver-se com outras atividades também é uma dica válida.

Facebook: quando o prazer acaba e o vício começa

Como todo vício, quem se tornou dependente costuma não admitir o problema e age com naturalidade, mas algumas consequências causadas pelo excesso de envolvimento podem detectar a compulsão.

?Quando há compulsão, o indivíduo não consegue ficar sem acessar a rede, dedica a maior parte do seu tempo, sente uma necessidade de estar on-line, menos interesse nas suas atividades laborais normais, passa a ter menos interesse e ou prejuízo no trabalho ou estudo?, explica a psicóloga.

Por conta do apego à rede social, Maurício afirma que amigos já chegaram a chamar a sua atenção por não estar atento aos assuntos da roda de conversa. Segundo ele, por vezes acaba não escutando e chegam a ameaçar quebrar o aparelho celular para chamar sua atenção. Além disso, o próprio já tentou controlar suas entradas na rede social, todas sem nenhum avanço positivo.

?Quando estou conectado geralmente me desligo de tudo. Diversas vezes eu digo que ?hoje eu não entro? e isso dura no máximo algumas horas. Na falta do que fazer, sempre vou ao facebook?, lembra.

Para a psicóloga, mesmo que isso aconteça, não significa que o acesso já tenha se tornado uma dependência.

?Para caracterizar o vício propriamente dito, o indivíduo passa a apresentar sintomas de desconforto, stress, ansiedade, inquietação, quando passa a perder interesse das atividades normais, passa a ficar muito tempo pensando ou planejando o que vai publicar.

Ele também sente uma grande necessidade de utilizar cada vez mais, passa a não limitar horários para acessar, recusa convites para sair ou encontrar amigos. O que ocorre também é utilizar as redes para esquecer problemas pessoais ou então passa a ter comportamentos e resultado negativos no trabalho ou estudo. Nesses casos é preciso sim estar atento e procurar se cuidar?, explica.

Crianças são mais suscetíveis ao vício

A cada dia que passa mais crianças passam a aderir à rede social. E isso se deve sobretudo aos atrativos que a rede oferece. Emilly Damasceno tem apenas 11 anos de idade e diz gostar de acessar, principalmente por conta dos jogos.

?Tem jogos, imagens engraçadas, tem meus amigos e eu converso com eles. Por isso que eu gosto de acessar?, conta.

Embora tão jovem já possua uma conta na rede, algo cada vez mais comum, o controle fica por parte dos pais.

Soraia Damasceno também tem Facebook e aproveita para vistoriar as ações da filha. Para ela, o controle de horários é a melhor forma de evitar tanto o vício quanto outros malefícios que as redes sociais podem trazer.

?Eu sempre falo com ela com relação à internet, mostro os perigos que ela pode trazer e o facebook é um pouco vicioso mesmo, então se não tiver controle acaba ficando dependente. Por isso tem horário definido. Ela só entra depois que terminar de fazer os deveres de casa?, explica a mãe de Emilly.



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