Tratamento em forma de aplicativo previne a overdose de smartphones

Apps registram tempo de uso de aparelhos e ajudam usuários a não abusar. Número de viciados em smartphones subiu 123% entre 2013 e 2014.

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Um desenvolvedor de softwares de 45 anos criou um aplicativo para iPhone que registra o tempo diário de uso do smartphone e permite estabelecer limites para o usuário se conscientizar de que está abusando do aparelho. Chamado Moment, ele pode ser baixado gratuitamente na App Store.

A ideia do aplicativo surgiu após Kevin Holesh e sua esposa se considerarem dependentes de smartphones. "Eu passava o tempo no Twitter e ela no Instagram, sempre olhando fotos. Não é que nos distanciássemos, mas cada vez estávamos mais distraídos. O iPhone tinha grande parte de culpa. Estava se intrometendo em nossa vida em comum", explicou Holesh, que decidiu fazer algo sobre o assunto.

Para Holesh, o telefone é uma ferramenta laboral e, por isso, em vez de se desfazer dele, optou por projetar um aplicativo que o ajudasse a racionalizar seu uso.

Com o Moment, Holesh conseguiu diminuir pela metade o tempo diário que passa no smartphone, que agora ronda os 40 minutos, o que melhorou sua relação com a noiva, mesmo que confesse que nem ela nem ele conseguiram "erradicar a dependência". "Fazemos mais atividades sem estar conectados (ao telefone)", ressaltou.

O caso deles está longe de ser raro. A dependência do smartphone se transformou em algo habitual na sociedade moderna, onde um usuário checa em média seu aparelho 150 vezes ao dia, segundo TomiAhonen Almanac, e o número de viciados disparou 123% no último ano, segundo a empresa de consultoria Flurry Analytics.

Um estudo divulgado em abril, realizado pela Flurry Analytics, estabeleceu que um viciado em dispositivos móveis (tablets e smartphones) é aquela pessoa que abre aplicativos mais de 60 vezes por dia, isto é, mais de seis vezes do que um consumidor médio.

Entre março de 2013 e março de 2014, o número mundial de viciados subiu 123% para 176 milhões de pessoas, e tudo aponta que o número continuará aumentando enquanto os smartphones continuarem proliferando.

Nos Estados Unidos seis em cada 10 adultos têm um smartphone, segundo um relatório de janeiro da Pew Research Center, bem maior que a proporção mundial, que não chega aos 20%.

As companhias do setor têm trabalhado muito para reduzir essa diferença com dispositivos menos de ponta, mas mais baratos, que caibam em qualquer bolso.

O papel cada vez mais transcendente que o telefone tem como ferramenta de interação social, e principal fonte de acesso a internet para um terço dos americanos, criou situações obsessivas de dependência.

Uma pesquisa realizada nos EUA em 2012 pela tecnológica Lookout mostrou que 58% dos proprietários de um smartphone não ficam nem uma hora sem dar uma olhadinha no telefone e 73% admitiu sentir pânico diante da ideia de não saber onde está seu aparelho.

Essa ansiedade foi batizada de "nomofobia" e, em maio, psicólogos da Universidade de Gênova, na Itália, pediram formalmente que fosse incluída como uma patologia no manual de diagnósticos de transtornos mentais DSM-V.

Os proponentes argumentam que este mal tem características de epidemia, descreveram casos nos EUA, na Europa e na Índia, e explicaram que atualmente há um número limitado de tratamentos que combinam psicoterapia e medicação.

Aplicativos como o desenvolvido por Kevin Holesh poderiam ter um papel preventivo ao estabelecer limites à overdose de dispositivos móveis.

O Moment só está disponível para iOS, mas usuários do Android têm alternativas como Breakfree, que pontua o grau de dependência, Offtime, que ajuda a programar os tempos de desconexão, e Menthal, que serve para medir o uso dado ao telefone.



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