Tia assume que crianças teriam sido obrigadas a ingerir álcool

Segundo garotos, mãe e padrasto davam cachaça para eles dormirem

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Meninos de 5 e 3 anos vítimas de maus-tratos foram retirados da mãe | Reprodução
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O Conselho Tutelar de Edéia, cidade a 130 quilômetros de Goiânia, entregou para uma tia os dois irmãos, de 3 e 5 anos, vítimas de maus-tratos. Suspeita de, junto com o companheiro, torturar e obrigar os próprios filhos a ingerir bebida alcoólica, a mãe foi presa em flagrante e o padastro está foragido. "Eles vão ser felizes comigo", garantiu a tia, em entrevista .

"Eles vão ser felizes comigo", diz Tia das crianças vítimas de tortura.

Para preservar a identidade das crianças, a reportagem optou por não divulgar o nome da mulher, uma cozinheira de 42 anos, que conseguiu a guarda provisória dos garotos. Tia da mãe dos meninos, a cozinheira mora em Pontalina, a cerca de 68 quilômetros de Edéia. Ao saber da situação das crianças, entrou em contato com o Conselho Tutelar e manifestou o interesse em ficar com os dois.

"Tenho três filhas, mas já estão todas grandes, independentes. Nós temos condições de dar uma vida boa para essas crianças. Eu não quero ver meus sobrinhos judiados", explicou.

A cozinheira esteve em Edéia para buscar os irmãos. Segundo ela, os meninos estão entusiasmados com a mudança para Pontalina. "Eles só não querem ficar com a mãe", relata.

Presidente do Conselho Tutelar de Edéia, Sanderson Rocha informou que fez um levantamento prévio da vida da tia. Mesmo assim, a entrega das crianças é provisória. Segundo ele, a situação dos meninos será acompanhada de perto pelo conselho em Pontalina. "Eles terão de fazer acompanhamento psicológico", informou.

A mãe dos meninos segue presa na carceragem do pelotão da Polícia Militar (PM). Suspeita de torturar os próprios filhos, segundo a polícia, ela também dava bebida alcoólica constantemente para eles, assim como o padrasto.

As crianças moravam com ela e o padrasto em uma fazenda em Edéia. O Conselho Tutelar soube da tortura através de uma denúncia anônima. ?Um cidadão passou pela fazenda, presenciou algumas cenas e achou por bem nos procurar. Ele pediu anonimato?, explica Sanderson Rocha.

Hematomas

Ao chegar ao local, os conselheiros tutelareas encontraram os meninos com cicratrizes e hematomas por todo o corpo. Eles foram levados para a unidade de saúde do município, onde passaram por exames que comprovaram agressões. O médico também constatou que um dos meninos havia ingerido bebida alcoólica.

O mais velho diz que a mãe e o padrasto os obrigavam a beber cachaça quase todos os dias. "Meu pai dia (dava) pinga pa nóis dormi *(SIC)?. A criança conta que, por causa do álcool, passava mal e vomitava.

Pelos sinais no pescoço e no olho do garoto mais novo, a suspeita é de tentativa de estrangulamento. Em uma das mãos do mais velho, uma queimadura teria sido provocada pela mãe. O menino conta que a mãe entregou uma panela quente para ele segurar.

Tombos

De acordo com uma policial, que preferiu não ser identificada, em conversa com agentes carcerários, a mulher negou os maus-tratos às crianças. "Ela diz que os machucados são devido a tombos. Contou ainda que a pinga ficava em local baixo e as crianças pegavam escondido e bebiam por contra própria", relatou.

Mas segundo Sanderson Rocha, quando o Conselho Tutelar chegou à casa da família, uma das crianças estava com o olho roxo. Ao ser questionada sobre o motivo do ferimento, a mãe teria dito aos conselheiros que ela mesma havia dado um murro no menino. "A mulher tentou assumir toda a culpa e livrar o padrasto. Mas os depoimentos dos meninos são contundentes", relata.

Por causa da situação extrema em que as crianças foram encontradas, o Conselho Tutelar chegou a averiguar a possibilidade de abuso sexual. Mas segundo a Polícia Civil, essa hipótese está descartada.



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