Recém-nascido sofre necrose após ter tira elástica esquecida em exame

Segundo Vasconcelos, a criança sofreu “equimose com necrose superficial” na pele.

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Uma criança recém-nascida em Jequié, na região sudoeste da Bahia, foi transferida para um hospital de Salvador no domingo (30), após ter complicações no braço causadas por um garrote (elástico usado durante coleta de sangue) que foi esquecido preso ao corpo do menino.

Segundo Silvio Vasconcelos, gerente técnico da unidade de saúde da Fundação José Silveira, que administra a Santa Casa Hospital São Judas Tadeu, onde o bebê estava internado, o erro foi cometido por uma funcionária do laboratório terceirizado que presta serviços à instituição.

Em nota, a assessoria da Fundação José Silveira informou ao site, no início da tarde desta segunda-feira (31), que um exame feito na criança constatou que não há risco de amputação do braço esquerdo, que ficou comprimido pelo garrote "esquecido" pela técnica do laboratório.

Uma amiga da família, que prefere não se identificar, afirma que, após a coleta de sangue, o material elástico foi deixado no braço do menino por cerca de 12h.

"Ele nasceu ao meio-dia de quarta-feira (26) e, por volta das 17h, foi levado para o laboratório para fazer a coleta. Colocaram o garrote no braço e, depois que terminou, vestiram a criança com blusa comprida, luva e o levaram ao berço. Passou a noite, e a criança não teve nenhum comportamento suspeito. A mãe também não teve contato com o menino. De manhã, na quinta-feira (27), a equipe do laboratório solicitou que despissem o menino para tomar banho. Quando puxaram a roupa, viram que a mão dele estava escurecida. Nisso, verificou-se que o braço permanecia garroteado", relatou a amiga da família.

Segundo Vasconcelos, a criança sofreu "equimose com necrose superficial" na pele. O menino foi transferido para o Hospital Santo Amaro, em Salvador, também administrado pela Fundação José Silveira, para realizar um tratamento. O gestor da entidade informou nesta segunda-feira que o bebê não corre o risco de perder o braço. "O braço do bebê ficou roxo. É como se ele tivesse tomado uma pancada no lugar. Hoje, a criança está ótima. As artérias estão bem, e não vai acontecer nada com o braço dela", disse.

O gerente afirmou, ainda, que o laboratório terceirizado fazia coletas no hospital há dois anos e nunca houve problemas. Um inquérito administrativo foi aberto para investigar o caso. "Nós estamos tomando todas as medidas necessárias. Para a nossa instituição, não queremos mais que ela [a empresa terceirizada] preste esse serviço", destacou Vasconcelos. O G1 tentou o contato com o laboratório, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.

A mãe e uma das avós do menino foram para Salvador com a criança. Segundo amigos, elas preferem não comentar o assunto. De acordo com o vereador Soldado Gilvan, presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Jequié, ele irá entrar com uma representação junto ao Ministério Público para que o caso seja investigado.

Por meio de nota, a Fundação José Silveira informou que prestou medidas imediatas para o tratamento e a transferência do recém-nascido. "A Fundação tomou todas as providências para atender o bebê, através da imediata avaliação do caso por especialistas, ainda no interior [Jequié], e a transferência dele para o Hospital Santo Amaro, com o acompanhamento dos familiares. Após a apuração do fato ocorrido, sob a responsabilidade do Laboratório Diagnóstica, a Fundação José Silveira tomará as medidas cabíveis", diz o texto.



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