UFMA: Professor é acusado de racismo contra aluno nigeriano

Clóvis Saraiva foi indiciado pela Polícia Federal.

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Na última segunda-feira (19), o Ministério Público Federal encaminhou à Justiça uma denúncia de racismo, xenofobia e injúria racial contra o professor da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Clóvis Saraiva. Nesta quarta-feira (21), o professor negou as acusações. "Já tive vários alunos e os trato bem como sempre tratei", disse.

Clóvis Saraiva foi indiciado pela Polícia Federal. A vítima é um estudante do curso de Engenharia Química da Ufma, o nigeriano Nuhu Ayuba. "Ele me perguntava com quantas onças eu já tinha brigado lá na África", relatou o universitário.

Outros alunos confirmam a versão do nigeriano, dizendo ter presenciado várias outras situações. "Se você não sabe, pode voltar para a África de navio negreiro", afirmou Ila Nascimento, colega de Ayuba. Outra estudante é ainda mais contundente. "A gente começou a se passar por plateia de um professor fazendo o seu show", complementou Marenildes Olveira.

O estudante até pensou em abandonar os estudos. Mas com o apoio dos colegas, Nuhu Ayuba decidiu ficar no Maranhão e processar o professor universitário. O caso foi tratado como racismo pelo Ministério Público Federal. "Esse delito tem pena de um a três anos, mas como ele praticou várias vezes durante o primeiro semestre de 2011, essas penas serão somadas, podendo leva-lo até a aplicação de regime fechado", explicou o procurador da República, Israel Santos Silva.

Uma prova do universitário chegou a ser corrigida pelo professor Clóvis com o termo "Tudo Errado". O teste foi encaminhado para três professores de outros estados. Por questões éticas, os educadores não quiseram ser identificados. Mas todos encontraram pelo menos uma questão correta respondida pelo nigeriano. E um desses professores chegou a dar nota oito para o teste.

A Ufma informou que abriu um Processo Displinar para apurar o comportamento do professor. Enquanto isso, o professor Clóvis Saraiva continua dando aulas normalmente na instituição. Com a situação, o nigeriano diz esperar por justiça. "Espero que outros não passem pelo mesmo preconceito que passei", finalizou o universitário.



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