IBGE: Oficializar casamento para morar junto deixa de ser importante

Oficializar o casamento para morar junto está deixando de ser importante para os brasileiros.

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União consensual cresce no país. | Reproducao
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O número de pessoas que moram juntas sem ter oficializado o casamento cresce no Brasil, são as chamadas uniões consensuais. Os dados foram divulgados na última quinta-feira, dia 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a análise feita pelos pesquisadores e estudiosos, os números mostram o quanto as uniões consensuais se popularizaram entre a população nos últimos dez anos. Contudo, mais pessoas também se separaram, o que é resultado da facilidade para dissolver as relações, segundo o IBGE.

As informações constam do cruzamento de dados feitos com base no Censo 2010 e revelam que, pela primeira vez, o contingente de pessoas vivendo em união conjugal supera a metade da população (50,1%). Desse total, subiu de 28,6% para 36,4% o percentual de pessoas vivendo em uniões consensuais. Por outro lado, diminuiu de 49,4% para 42,9% a proporção de cônjuges que optaram pelas uniões religiosas ou civis, sendo maior a queda do casamento religioso.

Em dez anos, o IBGE mostra também que os casais formalizaram mais as separações. O percentual cresceu em 20%, passando de 11,9% para 14,6% , entre 2000 e 2010. Um dos fatores que explicam esse aumento, segundo a pesquisa, foi a facilidade na emissão do divórcio para casais sem filhos, pelos tabelionatos a partir de 2007. A medida influenciou a escalada do número de divorciados, de 1,7% para 3,1%. O número de pessoas separadas judicialmente caiu (2% para 1,7%).

Entre os casais unidos consensualmente, as mulheres são mais jovens e têm em média 23 anos, enquanto os homens, 26 anos. Assim como nas décadas passadas, eles buscam parceiras mais novas, o que pode ser comprovado pelas taxas de nupcialidade para aqueles acima de 50 anos, que são maiores (5,2%) dos que para as de mulheres na mesma idade (3,4%).

?Infelizmente, os homens mais velhos continuam preferindo as mais novas, mas isso é um fenômeno que ocorre em todo o mundo e não só aqui no Brasil?, disse a responsável pela pesquisa no IBGE, Ana Lucia Saboia. ?Porém, está ocorrendo uma evolução, um aumento da idade ao se casar entre as mulheres, e também da fecundidade?, explicou. Em média, as mulheres no Brasil têm filhos entre os 20 e os 24 anos.

Condições econômicas também influenciam as relações consensuais

As uniões consensuais também estão relacionadas às condições econômicas precárias, desigualdades regionais e à cor ou raça. No Sudeste, onde há mais oportunidades de educação e de trabalho, a idade média do casamento é a maior: 24,8. Predomina ainda entre as pessoas pretas e pardas (46% e 42%), enquanto 51,9% dos brancos se casaram no civil ou no religioso. O número de pessoas que nunca se casaram diminuiu de 38,6% para 35,4% da população.

O Censo 2010 indica um crescimento significativo das uniões consensuais em relação a 2000. Em 2010, das pessoas casadas, 36,4% viviam em união consensual, contra 28,6% em 2000. O Amapá foi o Estado que apresentou o maior percentual de uniões consensuais (63,5%) e Minas Gerais, o menor (25,9%). Reduziram-se os percentuais de pessoas que viviam unidas através do casamento civil e religioso (de 49,4% para 42,9%) e daquelas unidas apenas no religioso (de 4,4% para 3,4%). O percentual de pessoas casadas apenas no civil variou pouco, passando de 17,5% em 2000 para 17,2% em 2010.

Esse perfil se reflete nos estados civis: os solteiros continuam sendo mais da metade da população (55,3%), subindo 0,5 ponto percentual em relação a 2000 (54,8%). Os casados caíram de 37,0% para 34,8%. Já o percentual de divorciados quase dobrou, passando de 1,7%, em 2000, para 3,1% em 2010. O grupo de desquitados ou separados caiu de 1,9% para 1,7%. Em relação às unidades da federação, Rio de Janeiro (4,1%), Mato Grosso do Sul (4,1%) e Distrito Federal (4,2%) apresentaram os maiores valores de pessoas divorciadas e o Estado com o menor percentual foi o Maranhão, com 1,2%.

20,2% das famílias no Brasil são formadas por casais sem filhos

Mudanças na estrutura da família, maior participação da mulher no mercado de trabalho, baixas taxas de fecundidade e envelhecimento da população influenciaram no aumento da proporção de casais sem filhos entre 2000 e 2010, que passou de 14,9% para 20,2% do total.

O percentual de famílias compostas por casais com filhos é superior na área rural, em função das taxas de fecundidade historicamente mais elevadas, e também, devido a valores culturais mais tradicionais. Observa-se, ainda, nas áreas rurais, um percentual consideravelmente inferior de famílias monoparentais femininas: 9,1% contra 17,4% nas áreas urbanas.

O tipo mais frequente dentre as famílias conviventes (residem na mesma unidade doméstica) é o das monoparentais femininas (53,5%), 98,6% delas formadas por parentes da família principal. Ao examinar o parentesco dos núcleos secundários, verifica-se que, em 78% dos casos, há presença de filhos do responsável ou do cônjuge da família principal que poderiam ser considerados membros da família principal. As monoparentais femininas são provavelmente compostas por filhas dos responsáveis e/ou dos cônjuges, que tiveram seus filhos sem contrair matrimônio ou retornaram à casa dos pais por motivo de separação ou divórcio.

O Censo 2010 também investigou a condição dos filhos em relação aos responsáveis ou cônjuges e observou que 16,3% das famílias formadas por casais com filhos podem ser consideradas reconstituídas, ou seja, os filhos eram apenas do responsável, apenas do cônjuge ou uma combinação dessas duas situações.

Nas famílias formadas por casais, 62,7% dos responsáveis e cônjuges possuem rendimento. Esse percentual é superior em famílias nas quais a mulher é responsável, 66,4%, contra 61,6% para famílias nas quais o responsável é homem. Vale destacar que em 21,2% das famílias com responsabilidade feminina, a responsável não possuía rendimento, enquanto o cônjuge (provavelmente do sexo masculino) apresentava fontes de renda.



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