Universidade expulsa aluna hostilizada por usar minivestido

Geysi Arruda afirmou ao G1 não ter sido notificada da decisão

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A Universidade Bandeirante, conhecida como Uniban, anunciou por meio de anúncio publicitário nas edições deste domingo (8) de alguns dos principais jornais de São Paulo que a aluna do curso de turismo Geysi Villa Nova Arruda foi desligada “do quadro discente da instituição, em razão do flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade”.

Ao G1, por telefone, Geysi afirmou na noite deste sábado (7) que nem ela e nem seus advogados foram notificados da decisão da universidade até o momento. “Primeiro quero ter certeza que isso é verdade. Se isso for confirmado, alguma coisa tem de ser feita”, declarou.

De acordo com o anúncio, a Uniban afirma que a decisão é "o resultado da sindicância no campus de São Bernardo do Campo sobre o episódio ocorrido no dia 22 de outubro, fartamente exibido na internet e divulgado pelos veículos de comunicação".

O informe publicitário diz que "foi apurado que a aluna tem frequentado as dependências da unidade em trajes inadequados, indicando uma postura incompatível com o ambiente da universidade e, apesar de alertada, não modificou seu comprtamento".

Depois de elencar uma série de fatos relacionados ao ocorrido do dia 22, o informe considera que "foi constatado que a atitude provocativa da aluna buscou chamar a atenção para si por conta de gestos e modos de se expressar, o que resultou numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar".

Além disso, diz que "a aluna demonstrou um comportamento instável, que oscilava entre a euforia e o desinteresse e estava acompanhada de dois advogados e uma estagiária vinculados a uma rede de televisão" em seu depoimento na sindicância. Além de anunciar a expulsão de Geysi, a Uniban decidiu "suspender das atividades acadêmicas, temporariamente, os alunos envolvidos e devidamente identificados no incidente ocorrido no dia 22".

No entanto, o anúncio não informa quantos alunos foram afastados e nem os seus nomes. Geysi afirmou que está sem entender o que está acontecendo. "A faculdade não falou nada para mim e para os meus advogados. Estou lendo na internet e não estou acreditando", disse ao G1. Ela disse que participou da sindicância, das 14h às 20h, na quarta-feira (4) e que foi "bombardeada de perguntas".

"Eles estavam mais preocupados com possíveis erros em relação ao que eu falava do que em apurar quem participou daquele xingamento todo. Eu saí de lá chorando", relatou. Segundo ela, na sindicância teria ficado acordado que ela voltaria às aulas nesta segunda-feira (9). "Um segurança estaria me esperando na portaria e me levaria até a sala e eu não iria divulgar nada para a imprensa. Agora não sei mais o que pensar", contou.

Aos poucos, sua indignação foi crescendo com a notícia. Para ela, se os alunos ficarem impunes novas agressões deverão se repetir no campus da Uniban. "É um absurdo isso, é uma falta de respeito. É uma injustiça. Eles vão fazer de novo, de novo e de novo, assim como agrediram aquela moça e atacaram o carro dela, porque ninguém pune. Foi uma maldade o que fizeram. Alguém vai ter de fazer alguma coisa", finalizou, inconformada.



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