Venda de importados desaba: Caso não haja mudança, setor prevê demissões e falências

Caso não haja mudança no panorama, possivelmente algumas importadoras tenham que cerrar as portas.

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Flávio Padovan, presidente da ABEIVA. | Reprodução
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As restrições à importação de veículos causadas pela alíquota de 30 por cento no Imposto sobre Produtos Industrializados, juntamente com a alta do valor do dólar, estão provocando clima de apreensão entre as empresas importadoras do setor. Segundo Flávio Padovan, presidente da ABEIVA (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos), muitas das filiadas à entidade estão sendo forçadas a demitir funcionários e restringir suas operações.

Caso não haja mudança no panorama, possivelmente algumas importadoras tenham que cerrar as portas. Além dos empresários, os prejudicados mais imediatos poderão ser os empregados das empresas ? cerca de dez mil poderão ser demitidos em dois ou três meses.

Risco para o consumidor - Consumidores também poderão ser bastante prejudicados. ?Para começar, as restrições impedem que os brasileiros possam comprar veículos mais modernos, econômicos e seguros, disponíveis fora do país?, explica Padovan. ?Outro problema é que, se algumas importadoras chegarem a uma situação pior, fechando as portas, seus clientes poderão ficar sem assistência técnica, com dificuldade para comprar peças de reposição e, eventualmente, sem garantia para seus veículos?.

As associadas à ABEIVA comercializaram em junho 11.201 veículos, 9,6 por cento menos que em maio. Comparadas às vendas de junho do ano passado, as deste ano caíram nada menos que 41,4 por cento.

Governo não dialoga - A direção da ABEIVA reclama não conseguir dialogar com o governo federal. ?Há cerca de dois meses temos tentado uma reunião em Brasília?, conta o Padovan. ?A única saída, neste momento, seria o estabelecimento de um sistema de cotas isentando os 30 pontos percentuais imputado ao nosso setor?, explica. ?Temos que lembrar que as empresas importadoras e suas concessionárias são de empresários brasileiros, que investiram confiando numa conjuntura que foi subitamente desfeita. Se elas quebrarem, quem será mais prejudicado serão eles e seus empregados, todos brasileiros.?

Segundo porta-voz de uma empresa importadora, além do aumento nos impostos e na cotação do dólar, o setor também sofreu com a redução nos preços dos carros nacionais, provocada pela entrada de modelos importados mais competitivos, e pelas restrições ao crédito ao consumidor ocorridas nos últimos meses. Devido a cortes nos custos das importadoras, houve drástica redução na veiculação de publicidade e, com isso, menos consumidores têm visitado as revendas, o que também se reflete no fechamento de negócios. ?Os concessionários são os empresários mais ameaçados de imediato?, assinalou.



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