Vereador que foi xenofóbico com baianos consegue manter mandato

Em sessão realizada na tarde desta terça-feira (16), a Câmara Municipal de Caxias do Sul rejeitou a cassação do mandato do vereador Sandro Fantinel (Sem Partido), que ofendeu trabalhadores, em sua maioria baianos, que foram encontrados em situação análoga à escravidão na região das vinícolas na Serra Gaúcha.

Eram necessários pelo menos 16 votos para cassar o mandato de Sandro Fantinel. No entanto, apenas 13 dos 23 vereadores da cidade votaram pela perda do mandato do vereador. Outros 9 parlamentares, um a mais do que o necessário, votaram pelo arquivamento da acusação de quebra de decoro. No caso do vereador a quebra de decoro ocorreu ao praticar ofensas morais aos trabalhadores.

ENTENDA CASO

Em fevereiro deste ano, o vereador Sandro Fantinel disse que os homens que foram resgatados em vinícolas na Serra Gaúcha em condições análogas à escravidão, na sua grande maioria baianos, eram preguiçosos e sujos. Ele também minimizou a exploração dos trabalhadores por parte dos empresários e perguntou se as empresas teriam que colocar os empregados em  "hotéis cinco estrelas".

Em outra fala, ele aconselha os empresários da região: "Não contratem mais aquela gente lá de cima", fazendo referência aos trabalhadores da região Nordeste. E ele completa: "Com os baianos, que a única cultura que têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema", disse.

Fantinel fez um discurso de pouco menos que  5 minutos, seguido por vaias e gritos de “pede pra sair” e “racista”, ele se diz arrependido pelas falas e  que precisou levar um baque grande para mudar, e disse taambém que a ideologia radical não fará parte do seu cotidiano.

“O que eu posso dizer é que o arrependimento é explícito e para complementar minha fala eu quero dizer o seguinte, não matei ninguém, não estuprei, não roubei, não desviei, não maltratei ninguém e isso está dentro de mim nos meus 55 anos de idade. Nunca fiz isso. Ao contrário de mim, tem gente que fez isso e está livre e que foi perdoado", afirmou.